sábado, 29 de janeiro de 2011

assim que se faz.

Minha vida segundo meus últimos status do Facebook:
23 de janeiro: quando os prazos de entrega (deadlines) já não valem muito, é preciso buscar formas alternativas de se motivar: sem banho até terminar a IA de Antropologia.
26 de janeiro: é assim que estou me forçando a trabalhar ultimamente:
- sem comida até os rationales estarem completos;
- sem depilar até o ensaio de Literatura Mundial estar completo;
- sem Facebook até ter um tema decente para ensaio de ToK.
27 de janeiro: estado crítico: não escrever nada que não seja o ensaio de Literatura Mundial até terminá-lo - incluindo Facebook, e-mails e diário.
E aí eu terminei as coisas. E tem muito mais a fazer. Nunca termina.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

uma coisa chamada prioridade.

Sabe, eu sou um pouco irresponsável quando o assunto é entregar coisas a tempo, chegar na hora, etc. Isso, para o IB é fatal! E se eu estou tão acabada de falta de dormir, tão exausta de tanto trabalho é porque não sei me organizar...
Ainda assim, jogo tudo pro alto pra passar noites como a noite passada. Éramos eu, Diana (Galícia) e Danielle (Israel) sendo tremendamente bobas; comendo até não poder mais, morrendo de rir, tendo aventuras pelo campus... dormindo desconfortavelmente na mesma cama.
Lhes conto isso porque me faz nostálgica desde já a ideia de deixar esse lugar e essa gente e essa vida exageradamente imprevisível que tenho aqui. E escrevo enquanto o gingado do Collie Buddz sai dos meus fones de ouvido. Sarah, minha bermudian queen, me passou suas músicas há uns dias e me faz pensar no quão incrível é estar aqui... onde mais eu poderia estar sentada na cama de uma irlandesa enquanto escuto um pseudo-reggae de Bermudas enquanto uma espanhola trabalha na cama ao lado?
Estou apaixonada por este lugar. E isso me faz sentir menos a pressão de estar ferrada por completo. Sei que tudo vai ficar bem.

domingo, 23 de janeiro de 2011

um desses que não fazem muito sentido.

São uma e meia da matina. O que eu faço acordada? Tento trabalhar na minha Avaliação Interna de Antropología. Hoje o dia foi lindo, começando por um café da manhã hermoso com a Diana (Galícia), seguido por horas no skype com a Dy e logo um jantar delicioso e especial aqui no meu quarto com Marie (França), Lotta (Alemanha), Diana e Danielle (Israel)... e obviamente tudo isso tomou mais do que eu havia planejado. Não me arrependo para nada. São esses dias de nuvens de algodão doce e essas noites de vinho branco que dão energia para aguentar a pressão louca a qual nos submetem neste lugar.
Enfim. Escrevo para avisar a meu pai e à minha mãe que eu tô viva, bem e que minha negligencia se deve ao fato de não ter tempo nenhum de escrever-lhes. E para dizer ao irmão que responda aos e-mails da irmã. E para parabenizar à irmã por finalmente se formar em Pedagogia e por passar no vestibular pra Dança em primeiro lugar.
Deu saudade da família hoje. Los quiero mucho.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

coisas que eu diria a ele.

Acho que intenso já não é a palavra mais precisa para definir o que nos passou e o que nos passa. Se me pedirem para definir em uma palavra como fomos, diria sem pestanejar que foi algo explosivo. E como somos? Ah, isso seria ácido. E às vezes precisamos soltar um pouco de fumaça e cinzas para evitar uma erupção mais grave. Por isso que vez ou outra estamos ali naquele par de degraus e não nos damos conta que já passa da meia noite ou que está frio ou que já deu de nós dois. Porque mesmo que comece assim, como se estivesse tudo bem, no fim voltamos a agir exatamente da mesma forma que agíamos quando tudo acabou. E o mais perigoso de agirmos assim é porque nos transborda a sinceridade... e me vem você descrever em detalhes tua vida com ela, ao que eu respondo com a descrição do dia em que andei de mãos dadas com ele no mesmo parque onde nossa história começou a desabar. São coisas que não precisamos escutar um do outro. For the good times and the bad times that we had. Só lhe digo que já não dói. E eu quase espero que você seja capaz de ser feliz... como eu finalmente estou.
(Título original do post: sobre o lento desfazer do meu amor por você)

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

que cada dia mais eu encontro o caminho pro mar...

Não sei se é perceptível ou não o quanto eu mudei de ideia quanto ao meu futuro desde que deixei Brasília para viver no UWC Costa Rica. Aos 17 anos, estudando no Colégio Militar de Brasília e vivendo no circuito alternativo plano-pilotense (como apelidamos carinhosamente, eu e a irmã), estava mais do que segura que estudaria Sociologia na UnB, passaria no Rio Branco e aí sim começaria a viver fora, aprender mil línguas and all that jazz.
Hoje, aos 19 anos, estudando no United World College Costa Rica e vivendo num circuito internacional, meus sonhos são outros. Finalmente decidi parar de negar que meu negócio é escrever. É isso que me apaixona, que me deixa leve, que me faz realmente feliz. Decidi também que não tem nada de tão demoníaco em estudar nos Estados Unidos. Se receber uma bolsa decente numa universidade interessante, porque não? Além de que só numa liberal arts college eu poderei fazer major em Creative Writing e minor em Gender Studies ao mesmo tempo.
Porém a maior das mudanças, que precisou de mais reflexão e causou mais conflitos (internos e paternos) foi decidir tomar um gap year. Pra quem não está familiarizado com o termo, significa um ano para si mesmo, onde alguns passam viajando, outros fazendo trabalho voluntário, outros vendo TV no sofá. A moral é passar um tempo fora do ambiente acadêmico antes de entrar na universidade. E agora que meu desejo passou da categoria de capricho de adolescente para ideia concreta e com propósito, sinto que é das escolhas mais acertadas que farei na vida.
Ainda ao som de Phoenix, escrevo pra lhes dizer que me sinto tão, mas tão leve. E que é uma sensação tão boa planejar o futuro, refletir sobre como agir para conseguir chegar aonde quero, sonhar acordada com o que pode ser que aconteça... creio que em poucos momentos me senti tão apaixonada pela vida!

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

três passarinhos, uma espanhola e eu.

Há três pássaros destes que estão em todos os lugares, como se chamam? Pardal. Há três pardais presos na sala da minha residência, batendo-se nas janelas na esperança de encontrar uma saída. Abri uma das portas e tentei guiá-los para fora, mas só o que aconteceu foi um descontrole geral entre eles, que começaram a debater-se de um lado a outro. Desisti de ser uma boa samaritana e voltei para a cozinha para checar se minhas bananas com chocolate estavam prontas.
E ali, ao lado do fogão, me veio uma daquelas epifanias óbvias que você sente vergonha de dizer em público. Decidi compartilhar mesmo assim. Pensei que não adianta tentar ajudar quem não quer ajuda. Que o empirismo deixa qualquer aprendizado mais arraigado. E que às vezes é necessário se debater contra as paredes um par de três vezes para só então parar em um canto e analisar a situação... e encontrar a saída.
Pensei imediatamente na Amalia, uma espanhola que é simplesmente uma das pessoas mais incríveis que conheci na vida. Começamos nossos relacionamentos mais ou menos na mesma época ano passado; eu com um tico, ela com um israelita. Meu namoro virou um algo disfuncional em alguns meses e sempre estava Ama aí, enxugando minhas lágrimas na sala de artes e tentando abrir meus olhos. Este ano, quando o namoro dela começou a ir por água abaixo foi minha vez de tentar chacoalhar seus ombros e tentar acordá-la do estado em que ela se havia colocado.
Minha frustração ao tentar libertar os pássaros foi similar a que sentia ao ver minha amiga batendo numa porta fechada tantas vezes seguidas. E sei que ela sentiu o mesmo por mim. Pensei que nunca me esqueceria deste momentos e nunca me esqueceria de olhar bem à minha volta antes de alçar vôo. E pensei que este último pensamento era bullshit e com certeza ainda me daria de cara com milhares de janelas. Porque é assim que se vive, assim se aprende.
PS.: Trilha sonora deste momento foi Phoenix - 1901, uma pérola que não me sai dos fones de ouvido desde ontem, depois do jantar.
PS2.: Me dei um tempinho de prazer para escrever aqui enquanto termino um dos laboratórios que me andam tirando o sono. Literalmente.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

coisas e mais coisas.

Coisas que eu gostaria de escrever sobre:
- Rápida passagem por Honduras e El Salvador;
- Todo o aprendizado dessa viagem;
- Ano novo;
- Pequenos acasos;
- Paixão, e paixão, e paixão..!
Coisas que me impedem de escrever:
- Common Apps;
- ToK essay;
- ToK presentation;
- Math project;
- World Lit;
- Tareas escritas;
- Laboratorio de Sistemas.
Fuck my life.

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

Mochilando América Central.

Minhas férias de dezembro seriam assim: viajar sozinha pela América Central de ônibus até chegar no México. Porém, os ventos que movem minha correnteza não têm direção muito certa... Comprei uma passagem na quarta para viajar na quinta, sem ter nem tempo para checar situação de visto e coisa e tal. Preparei uma mochila com roupas, um par de livros, uma câmera digital, um iPod e meu diário e pronto.
Peguei estrada. Passei horas e horas e horas em um ônibus e outro, e pensando, pensando... em demasia até - o que é sempre perigoso. E quando cheguei em El Salvador me veio o convite para encontrar Karla (Chile), Maria Alejandra (Colômbia) e Sofia (Equador) em Guatemala e viajar por aí. Bueno, ¿y porque no? Depois de três dias sozinha me dei conta de que viajar só requer mais planejamento para evitar gastos abusivos e abusos desgastantes.
Decidi ficar com elas na Guatemala e decidir se iria para o norte ou voltava para o sul. E assim, de la nada, decidi ficar neste continente no qual vivi por quase dois anos e conheci tão pouco. Deixei México pra outra vez. E foi assim que tudo começou.

[parte um] Guatemala e sua história e sua cultura e seu povo.

Milhões de pessoas à minha volta fizeram um escândalo sobre o fato de eu viajar sozinha, me advertiram de todos os perigos e me fizeram prometer atualizá-los de todos os meus passos. Com toda essa pressão, cheguei amedrontada à Ciudad Guatemala. E o que encontrei foi o completo oposto. Uma cidade com gente doce e prestativa, com policiamento nas ruas e nos ônibus, uma capital menos centro-americana - porque a estas capitais deste continente lhes falta alma.
Quando encontrei Karla, Maria e Sofia, partimos com direção a Antigua, que costumava ser capital até ser vítima de dois terremotos muito fortes. Hoje, esta cidade colonial linda é patrimônio histórico e consegue unir de forma muito harmônica as ruínas e o que há de novo. E apesar de haver muitos turistas, não é uma cidade exatamente turística. É possível encontrar muito do que é Guatemala aí.
O dia seguinte foi radical: escalamos um dos três vulcões ativos do país, Pacaya. Três quilômetros de subida intensa que quase acabaram comigo... mas valeu totalmente a pena. Valeu a pena pela paz que se sente sobre as nuvens, pelos marshmallows aquecidos por lava que comemos, pela vista única que se tem de lá.
Nosso próximo destino foi Cobán, onde vive Flavio e onde também estava Adrián (Bolívia), ambos companheiros de Antropología. Uma peculiaridade de nossa estada foi que o departamento estava em estado de sítio contra o narcotráfico; tínhamos que andar para todo lado com nossos passaportes pro caso de sermos parados pela polícia e voltar para casa antes das 10h da noite. Además deste detalhezinho, passamos momentos muito lindos.
O próximo destino foi Flores, onde exercitamos nossa qualidade de hippies, ahaha. Dormimos aí porque é a cidade mais próxima de Tikal, o lugar mais poderoso que já visitei na vida. É onde ficam a maioria dos templos Mayas. Wow. Era incrível sentir a energia advinda dos degraus de pedra dos templos que subimos e descemos sem parar. E, outra vez, a magia de estar assim tão alto é inefável. Lembro de pensar, no topo do Templo V, que meus melhores momentos na Guatemala haviam sido nos ares.
Os dois últimos dias foram meio tensos... depois deste paraíso na Terra decidimos passar natal no pedacinho de Caribe que há em Guatemala e fomos a Livingstone. De um ponto de vista antropológico, este é um lugar único. Há um conflito visível entre a cultura indígena (maioria no país), a cultura garífuna (negros misturados com indígenas nos tempos de escravidão) e a presença desestruturada de turistas. Long history short, don't go to Livingstone!!!
Fui embora deste país admirando as ruas de Ciudad Guatemala e desejando um pouquinho mais de tempo para andar por aí... para ver essa gente que não deixa de lado sua vestimenta indígena mesmo caminhando por aí com uma bíblia nas mãos, que fala espanhol como segunda língua e um dos 23 idiomas guatemaltecos como língua nativa, que ainda 'tá se recuperando de um período de tempo onde não se sabia se era melhor confiar nos guerrilheiros ou nas forças armadas.

[parte dois] Nicaragua e seus encantos escondidos e sua natureza e sua singularidade.

Chegamos exaustas a Nicaragua - tanto física quanto emocionalmente - e duas companheiras nos deixaram: Karla e Sofia. Na mesma noite que elas decidiram ir embora, vieram Roanna (Holanda) e Clara (Paraguai). Tivemos a noite do dia-depois-do-natal foi muito feliz, com direito a champanhe e comidinhas deliciosas que Amalia (Espanha) nos deu de presente para comermos no natal.
Partimos na manhã seguinte para o norte. Passamos por Estelí, onde fiquei por uma semana em fevereiro fazendo Clowning, e chegamos a Somoto. É uma cidadezinha daquelas que parecem que o tempo parou. Linda, linda mesmo. Escondido a uns quilômetros da cidade está uma maravilha descoberta a pouco tempo chamada Cañon de Somoto, um desfiladeiro belíssimo, que percorremos do começo ao fim, num trajeto de sete horas. Absolutamente lindo. Breathtaking. Exatamente o que precisava para aliviar as tensões que ameaçaram minha viagem.
Daí nosso destino foi Isla de Ometepe, que se situa no segundo maior lago das Américas, Cocibolca. A ilha tem dois vulcões ativos que, vez ou outra, deixam tudo cheio de cinzas. Porém, durante nossa estada aí estava tudo azul.
Uma das coisas mais belas é que se tem a impressão de estar na praia. Um, porque o vento é forte e cria ondas bem generosas. Dois, porque não se vê terra desde a ilha, de tão enorme que é o lago. O último pôr do sol de 2010 vi numa "praia", Charco Verde, e foi tão belo ver o sol descendo pela água que mereceu aplausos de todos que assistiam.
E a noite foi celebrada com fogos de artifício, rum e muita dança. Outros três integrantes se juntaram a nós; Emai (Chile), Malena (Uruguay) e sua mãe - que apesar de ter terminado a garrafa conosco se foi a dormir depois da celebração à meia-noite. E saímos pelas ruas da cidade, entrando em qualquer pedacinho de festa e dançando bem do nosso jeito... especialmente em cima de mesas. E isso foi até o amanhecer, que vi com Clara, Roanna e Maria Alejandra na sacada do albergue, único momento quando as nuvens deixam o vulcão Madera totalmente visível.
Dormimos quase nada e pegamos o ferry de volta a Rivas, logo um ônibus para uma cidade praiana chamada San Juan del Sur, onde pulamos (atrasados) as sete ondas que se deve pular no ano novo e continuamos a comemorar a chegada de 2011.
Meu último destino em Nicaragua foi Granada, também uma cidade colonial, mas bem busy e mais turística do que imaginava que seria. O albergue onde ficamos era uma casa linda de mais de 100 anos de existência, onde era possível sentir as vibrações de toda a história que tinha este lugar. Há alguns anos a casa pertencia a um general que foi presidente de Honduras e a atmosfera é hiper... hun... bem, não sei explicar. Mas que se sentia algo é certo.
Dei adeus a Nicaragua sozinha, ao meio-dia do terceiro dia do ano. A viagem de volta foi um incessante repasso da experiência, principalmente dos mais lindos. Nicaragua é um belo país ainda a ser descoberto.

segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

banho quente, leite com canela e cama.

18 dias de mochila nas costas, banhos gelados, caminhadas infindáveis, um par de brigas, uma boa quantidade de stress, overdose de alegria, muita cultura e histórias pra vida toda. e amanhã, depois de uma boa noite de sono, prometo fazer um resumo destes dias que me fizeram tão bem. mas agora, ah... agora eu vou é dormir - só a ação de escrever isso já me deixa nas nuvens. dormir, dormir, dormir... oh, yeah.