domingo, 22 de maio de 2011

3/muitos.

... de admirar a beleza da poesia, da música e do corpo feminino com a Lucy (US), das caminhadas noturnas com o Guillermo (Venezuela), dos momentos Meredith Grey-Cristina Yang com a Dani (Israel)...

quinta-feira, 19 de maio de 2011

7 dias para a formatura.

E eu não estou nada bem.

segunda-feira, 16 de maio de 2011

insônia.

Nos revirávamos na cama, eu e ele sem poder dormir. Nos olhávamos e olhávamos para o teto. Não havia barulho nem luz nem nada que fosse obviamente incômodo a ponto de não nos deixar dormir. Desistimos às 3am: "y'alla, vamos a comer". Ele cozinhou uma sopa daquelas que viraram arte no MoMa por causa do Andy Warholl e comemos na sala da residência.
Eram quase 4am quando ele me deu um beijo de boa noite e enfiou-se entre minhas cobertas. Eu continuei na sala, lendo Érico Veríssimo e pensando na besteira que é me apaixonar nesse momento do ano... quando me dei conta, já estava clareando o céu, me dizendo que seria um bummer fazer um exame final resfriada e sem dormir.
Mas, que se há de fazer? Foi assim mesmo que fiz meu Papel 2 de Português: doente, atrasada, dopada de guaraná e cafeína. E sinto que me ferrei de leve. Porém, não vou me preocupar por algo que já não posso mudar. Porque é assim que tento viver minha vida...
Depois de tomar este delicioso chá de limão com menta que me acaba de fazer a Dani (Israel) vou dormir para deixar meu corpo se recuperar desse safanão na minha saúde que foi essa noite insone. Mais tarde a Maria Alejandra (Colombia) vem me buscar para que almocemos e passarei a tarde lendo espanhol na rede. Adoro o fato de que metade das minhas matérias sejam línguas e me possibilitem tanta leitura. Life had never been sweeter - até certo ponto.
PS.: se quiserem se apaixonar por uma música, aqui vai meu novo vício: Hezekiah Jones - Borrowed Heart. Vale muito a pena fazer o download :)

sábado, 14 de maio de 2011

sobre a noite que Amigos voltou a ser a residência 2.9

Outro efeito da sexta-feira 13 em nossas vidas foi a inesperada volta do clima que tinha no Amigos todos os fins de semana do ano passado. Um sólido terço do colégio estava lá, e o "coordenador da Residência", JuanPa (México) se assegurou de que teríamos reggaeton tocando a noite toda.
Foi lindo de se ver e de se viver...
Quando lhes falo de Amigos certamente a imagem que lhes vem à cabeça é de um bar qualquer. Lhes digo que é menos, haha... é um bar bem pé-de-chinelo que tornou-se o que é graças às constantes visitas de UWCers. E não imaginem que o lance é ir e encher a cara, não mesmo.
Amigos para nós é dançar reggaeton com um nigeriano e um guatemalteco, conhecer o Sérgio e a Laura (os bartenders), dar um abraço no tío na entrada, conhecer umas pessoas que parecem não ter vida além do bar e estão sempre por lá, ser chamada de Cinderela por ter hora de voltar...
Porém, por razões desconhecidas, tal instituição perdeu essa graça e beleza por um tempo. Virou um bar ordinário. Perdeu a nós também.
Felizmente, mesmo que tão perto do fim, voltou a ser casa. Minha comemoração foi tomando uma tequila - a bebida que aprendi a tomar na Costa Rica - com Gaby (Ilhas Cayman) e Andrea (Colombia). Brindamos ao fato de vivermos juntas por dois anos e nunca termos compartilhado um shot. Antes tarde do que nunca, certo?
E se Sarah (Bélgica) e Salva (Venezuela) pudessem ver como andaram as coisas por aqui neste fim de semana, estariam orgulhosos ao ver o legado que deixaram.

Último Romance.

Eu encontrei quando não quis

Mais procurar o meu amor

E quanto levou foi pr'eu merecer

Antes um mês e eu já não sei

E até quem me vê lendo o jornal

Na fila do pão, sabe que eu te encontrei

E ninguém dirá que é tarde demais

Que é tão diferente assim

Do nosso amor a gente é que sabe, pequena

Ah vai!

Me diz o que é o sufoco que eu te mostro alguém

Afim de te acompanhar

E se o caso for de ir à praia eu levo essa casa numa sacola

Eu encontrei e quis duvidar

Tanto clichê deve não ser

Você me falou pr'eu não me preocupar

Ter fé e ver coragem no amor

E só de te ver eu penso em trocar

A minha TV num jeito de te levar

A qualquer lugar que você queira

E ir onde o vento for

Que pra nós dois

Sair de casa já é se aventurar

Ah vai, me diz o que é o sossego

Que eu te mostro alguém afim de te acompanhar

E se o tempo for te levar

Eu sigo essa hora e pego carona pra te acompanhar...

sexta-feira, 13 de maio de 2011

O terremoto da sexta-feira 13.

Estávamos no meu quarto eu e Maria Alejandra (Colombia) assistindo Annie Hall, uma obra prima de Woody Allen. Nos perdíamos nas ruas belas da Nova Iorque de 1977 e nas teias sentimentais de Alvy Singer. E assim, quando nos encontrávamos umas milhas longe da Costa Rica foi que a natureza nos despertou.
Começou de leve, as janelas balançando. Isso acontece vez ou outra, sem grilo. Mas continuou e ficou mais forte. As garrafas na prateleira em cima da minha cama se debatiam uma na outra. O relógio da sala caiu no chão e partiu-se em destroços de tempo. O barulho emitido pela violência das janelas tremendo era como um brado de guerra, um "Avante Camaradas" nos gritando para sair de casa.
Ainda tive tempo de pensar em colocar o espelho na cama da Lucy (US) para evitar estragos maiores. Saímos correndo pro quadrado no meio das residências, onde já muita gente se encontrava. Uns meio desnudados, outros com cara de sono e ainda sem entender o que tinha acabado de acontecer.
Foi assim o terremoto de 6.0 que nos acometeu nesta sexta-feira que, por acaso ou não, é 13.

quinta-feira, 12 de maio de 2011

Prova #1 de Português Autodidata Nível Médio.

Ah, e essa prova me fez amar muito, mas muito, o fato de ser lusófona desde o berço, sendo capaz de entender as minúcias que só o português tem. Que língua mais bela e rica! E o poema que eu analisei compartilhava comigo desta admiração. É do xará do meu irmão, Adriano Espínola. Deleitem-se com esta belíssima obra de arte:
LÍNGUA-MAR
A língua em que navego, marinheiro,
na proa das vogais e consoantes,
é a que me chega em ondas incessantes
à praia deste poema aventureiro.
É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro.
Língua de sol, espuma e maresia,
que a nau dos sonhadores navegantes
atravessa a caminho dos instantes,
cruzando o Bojador de cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós
no teu sal, singra errante a minha voz.

terça-feira, 10 de maio de 2011

segunda-feira, 9 de maio de 2011

mês.

Passa um avião, soando como se estivesse aqui ao lado... baixinho, baixinho...
Me lembrou que em um mês certinho estarei escrevendo-lhes desde o aconchego do que foi meu ninho por 17 anos, no meio do Planalto Central.
Um só, um mês.

o novo.

O livrinho vermelho que costumava levar comigo para todos os lados se acabou neste sábado. O supracitado diário esteve comigo desde meu aniversário de 19 anos, no dia 5 de dezembro de 2010, quando subi uma montanha para meditar. Desde então, ele esteve em 6 países diferentes, mas nunca no que nasci.
Nasceu e viveu na Costa Rica, mas viajou por quase toda a América Central. Viu os templos Mayas na Guatemala, os contrastes gritantes de El Salvador, os rios secos nas estradas de Honduras e as maravilhas escondidas da Nicarágua. Passou o fim de semana mais frio de sua (e de minha) vida nos Estados Unidos.
Se pudesse falar, contaria histórias das mais diversas. De perder-se em ruas desconhecidas, de desencontros e reencontros, de um par de crushes, de passar horas em ônibus dos mais diversos, de estações de trem. Falaria de poesia, minha e de outros, e de música. De saudade, de engolir um sapo ou dois, de querer ir embora e decidir ficar. Se pudesse falar, não faria sentido. Seus pensamentos se confundiriam a cada três dias, duas semanas, imagina então um mês!
Este diário viveu muito mais nestes cinco meses do que muita gente já viveu em uma vida. E agora ele dá passagem a um caderno azul com corações rosas colados nas extremidades, presente de minha soul sister israelita. E este vai experienciar os últimos dias, a dor de partir, a viagem com as amigas, a chegada no Brasil e... well... deixemos o futuro para o futuro, certo?

quinta-feira, 5 de maio de 2011

2/muitos

...dos elogios do Jorge (Costa Rica) quando eu uso estampa floral, das visitas inesperadas da Roanna (Holanda) no meio da noite, de ser chamada de falsa (no sentido UWCCR da palavra) pelo Flávio sempre que estou conversando com algum guri, de compartilhar poesia e música com a Maria Alejandra (Colombia)...

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Vagarosamente me dou conta que sentirei falta... (1/muitos)

...da risada da Becca (US), da mania do Emai (Chile) de batucar em tudo - até em si mesmo e em mim, dos barulhinhos tão típicos da Dido (Galícia)...

terça-feira, 3 de maio de 2011

whatever will be, will be.

Começou para mim hoje: Final IB Exams.
Estranhamente não estou nada nervosa, nem preocupada, nem fiquei doente. Estou num estado de apatia que me é extremamente anormal. Melhor que frekear totalmente na reta final e screw it.
Me desejem sorte, mandem boas energias.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

o senhor da guerra não gosta de crianças.

Na noite de domingo, ao voltar de uma caminhada around the square com a minha linda primeiro aninho Beatriz, cheguei à sala de estudos para escutar da boca da Susanne (Noruega):
"Já escutou a novidade? Osama Bin Laden morreu."
"Como assim? Quem matou?"
"Quem você pensa? Os EUA. Veja o vídeo do Obama anunciando."
E eu, com lágrimas nos olhos, escutei um ganhador de um Prêmio Nobel da Paz falar que seu país foi responsável por uma operação que levou à morte de Osama Bin Laden. O que faz aceitável que um presidente, principalmente de nação tão poderosa, admita que cometeu um CRIME?Assassinato é crime, não importa a situação.
Antes de deixar o tal vídeo carregar, perguntei à Su, "Você acha que eu vou deixar de admirar o Obama?", preocupando-me genuinamente porque gosto da maneira como age o atual presidente estadounidense. Porém este acontecimento serviu para me lembrar o porquê do pé atrás que a maioria de nós, sulamericanos, tem com esta nação. Porque até aquele que simbolizava a mudança necessária é obrigado a converter-se num Senhor da Guerra.
Aprendi em ToK a olhar a história por dois lados sempre. Tudo bem, eu tento. Porém não posso negar que me revirou um pouco o estômago ouvir minha companheira de quarto californiana falando que o sentimento dela, e o sentimento geral do país, é de "satisfação".
Deixo de lado o fato de que desde o começo toda esta história me parece uma puta farsa. Deixo de lado o fato de que estas guerras têm como combustível (literal e metaforicamente) petróleo, dinheiro, poder. Deixo de lado qualquer pré-conceito que tenha com relação aos Estados Unidos... Me coloco no lugar da menina que cresceu sem o pai que foi pra guerra, da família que se refez quando a mãe morreu no atentado, dos que perderam a vida sem porque.
Ainda assim, não vejo sentido nesta política de atacar por vingança. Esta história não vai acabar assim e eu temo. Temo pelas vidas que se vão perder numa guerra sem sentido - como se alguma guerra tivesse a mínima razão de existir... Temo pelos meus amigos que vão viver nos EUA em alguns meses, pelos meus amigos americanos que estão voltando para um país que seguramente sofrerá retaliação, já que o que governa os seres humanos é o lema "bateu, levou". Temo por este mundo que tenta quase diariamente me provar que já não há remédio.

domingo, 1 de maio de 2011

é o fim?

Ontem à noite, quando eu, Susanne (Noruega), Diana (Galícia) e Danielle (Israelle) programávamos nosso destino depois da formatura, me veio uma dúvida: o que fazer com este blog depois do fim de meus dois anos no UWC?
Comecei este diário virtual com o intuito de compartilhar minhas experiências numa nova fase da minha vida. A definição de nova fase, nesse momento, era "viver fora do Brasil". No entanto, devido a um crescimento exponencial (maldita matemática) do meu amor por descobrir o mundo, essa fase se fará permanente... ou quase isso.
Bom, ainda não é hora de falar do futuro a longo prazo. O que estou me perguntando neste momento é: agora que se acabam meus anos na Costa Rica e eu voltarei para casa por alguns meses, deveria continuar usando este endereço como muro de lamentações?
Deveria começar outro para contar da vida post-most-mindblowing-experience-ever? Deveria mudar a língua de português a inglês para que meus amigos de outros continentes possam saber o que está rolando comigo em terras tupiniquins - privando assim muitos conterrâneos, especialmente minha família?
Aceito conselhos. Sobre isso e sobre tudo. Sobre o que um deveria fazer quando a ideia de não escutar os barulhinhos tão típicos de Diana causam uma nostalgia dos diabos. Sobre o que fazer quando a ideia de a Dani ingressar no exército pelos próximos dois anos parece um desperdício descomunal de inteligência e coração. Sobre como arranjar grana suficiente para visitar Susanne num dos países mais caros do mundo.
Sobre como fazer para parar o tempo no anfiteatro tarde da noite, quando nossos lábios estão a apenas um silêncio de começar algo com prazo de validade iminente.
Maldito tempo. Maldita falta dele.
E hoje, quando acordei, pensei: "esse é o mês da minha formatura".