domingo, 21 de março de 2010

¡SUDAMÉRICA!

Que semana! Difícil e deliciosa, linda e extremamente cansativa, milhões de emoções ao mesmo tempo. Terminou bem, terminou graciosa com a tal Pachamama e uma boa conversa em volta do fogo improvisado tomando chá de coca. Prometo que assim que o cansaço não estiver me impedindo até de digitar direito eu lhes conto sobre as controversas atividades, sobre a constatação da arrogância sulamericana, sobre um par de descobertas. De qualquer forma, me encantou e me matou essa semana. Preciso de férias. Mal posso esperar por essa Semana Santa. ¡Vamos a la playa!

terça-feira, 16 de março de 2010

homesickness:

a atual doença contagiosa dentro da bolha.

segunda-feira, 15 de março de 2010

I could feel his spiky sharpness sticking into my naked, exposed vagina.

Eu amo cabelo... quero dizer, cabelo vagina, cabelo é vagina, a vagina é cabelo. Eu gosto do meu cabelo, gostaria de ter mais até. Eu sou ruiva, e tudo é vermelho. Quero dizer, é só vermelho, vermelho, vermelho, vermelho, vermelho, vermelho... eu nunca depilei a virilha. Uso trajes de banho apropriados para que cubra, mas não sinto que devo intervir nela cosmeticamente, porque me fizeram pensar que cabelo é ruim desde quando eu tinha 8 anos de idade, na minha vagina (...) Você não pode amar uma vagina a não ser que ame cabelo. Muitas pessoas não amam cabelo. Meu primeiro e único marido odiava cabelo. Ele dizia que era bagunçado e sujo. Ele me fez raspar minha vagina. Parecia fofa e exposta, como uma menininha... e isso o excitava? Quando ele fez amor comigo, senti minha vagina jeito que uma barba deve sentir: bom de coçar, e dolorido, como coçar uma picada de mosquito. Tinha gritantes feridas vermelhas e eu sentia que pegava fogo. Me recusei a raspar outra vez! Então meu marido teve um caso. Quando fomos a terapia de casal, ele disse que galinhava por aí porque eu não o satisfazia sexualmente, eu não raspava minha vagina. A terapeuta tinha um forte sotaque alemão e suspirava entre as sentenças pra mostrar sua empatia. Ela me perguntou porque eu não queria agradar ao meu marido, porque eu não queria raspar minha vagina. Eu lhe disse que achava estranho, que me sentia pequena sem cabelo lá embaixo e não parava de falar com vozinha de bebê. E a pele ficou irritada e nem loção de camomila ajudava! Ela disse que casamento é um compromisso. Eu perguntei a ela se, caso eu raspasse minha vagina, meu marido pararia de galinhar. Perguntei se ela havia tido muitos casos como esse antes. Ela respondeu que perguntas diluíam o processo, ela tinha certeza que era um bom começo e eu só deveria me jogar. Dessa vez, quando voltamos pra casa, ele raspou minha vagina - como um bônus de terapia. Ele me cortou algumas vezes, e tinha um pouco de sangue na banheira... ele nem notou, porque estava tão excitado me raspando. E, mais tarde, quando meu marido estava pressionando-se contra mim, podia sentir sua agudez afiada penetrando a minha vagina nua e exposta. Não havia proteção, não havia penugem. Então eu percebi que o cabelo está lá por uma razão. São as folhas em voltar da flor, a cerca ao redor da casa. Você tem que amar cabelo para amar uma vagina, não pode simplesmente escolher as partes que quer. Além disso, bem, meu marido, ele nunca parou de me trair... (Hair, de Vagina Monologues. Apresentamos sexta à noite em comemoração a semana da mulher e esse foi o meu. Depois de muuito tempo me pus de cabelos lisos e me joguei no palco, dando gritos que muitas mulheres deixam guardados em si por tempos. Foi incrível. E Hair foi simplesmente perfeito pra mim! Essa foi uma semana que me fez extremamente crente em UWC, haha. Os eventos, as reuniões, a parada... tudo! Amazing, amazing. É pra isso que eu to aqui, cara. Ah..! Feliz Dia da Mulher no dia 8 de março, 26 de abril, 14 de maio... enfim, todos os dias!)

sábado, 13 de março de 2010

¿dónde eres, muchacha, de los Estados?

Sabe que a imagem que as pessoas tem do Brasil é que é um dos lugaresmais violentos do mundo, que tu anda nas ruas e com certeza te levam a carteira? Então é INCREÍBLE que eu tenha passado 17 anos vivendo lá e nunca tenha sofrido nenhum tipo de violência. Uau. Pero, ya no. Agora, vivendo na Costa Rica e sendo chamada de gringa na rua, claro que virei alvo de marginal. Motherfucker. P'ra não entrar em detalhes, é isso: fui assaltada na quinta-feira em plena luz do dia, quando voltava do Más por Menos. E a primeira coisa que o policial me perguntou foi se eu era dos Estados Unidos. Grr.

segunda-feira, 8 de março de 2010

número 100.

Acordei um tantinho emocional. Depois da temporada de desgraças, as coisas finalmente estão entrando nos eixos. Logo, logo terei meu passaporte novo, 'tá tudo bem com a família da Karla (Chile) e todos os outros desfortúnios estão se resolvendo... ou não. De qualquer forma, se algo aprendi nestes meses em terras ticas foi isso: GET OVER IT. Não adianta p'ra nada choramingar por coisas sobre as quais não se tem controle. Passado o período mais hormonal do mês posso escrever com pelo menos um pouquinho de racionalidade, mesmo que seja para falar de sentimentos. A ver, acordei emocional sem nenhuma razão e o dia só fez a coisa se agravar. Na verdade, começou ontem pela noite. Cozinhamos um jantar aqui na residência para as segundos aninhos relaxarem um pouco agora que os mocks começaram. Depois de lavar os pratos, quando já ia dormir, a Danielle (Israel) me propôs "Vamos ler Post Office juntas?". Why not? Fui ao #7, peguei meu livro, desci. Só nessa hora a proposta foi explicada: que lêssemos uma para a outra. Entre um capítulo e outro, uma crise de riso e outra, me dei conta do quanto essa menina é preciosa. Hoje, depois de trabalhar um pouco no Math Portfolio, passei pelo quarto da Lotta (Alemanha), que estava fazendo nossa página do Yearbook com a Marie (França) e fomos jantar com Diana (Galícia). No caminho até a cafeteria, entre explosões dramáticas com sotaque francês e palavrões em alemão por culpa do patético sistema de correio costarricense, me percebi mais uma vez n'um destes momentos em que percebo o quanto vale a pena estar aqui. P'ra terminar, só quero fazer uma menção ao fato de que, com certeza, somos o único UWC que toca reggaeton no jantar... e que a Semana da Mulher será supimpa. All in all... o post de número 100 neste blog coincidiu com um dia lindo, sem razões específicas... o que faz ainda mais especial! No momento em que um se percebe feliz dentro de uma rotina, ah (!) isso sim é contentamento - wise man, that Jamie guy...

sábado, 6 de março de 2010

sucede que me canso de ser hombre.

Sim, mais uma vez. Sucede que me canso de ser hombre. E fiquei pasmada ao perceber-me como a notaria sendo assustada com lírios cortados. Que fique subentendido... e, droga! Tô devendo algo aos meus amores.

segunda-feira, 1 de março de 2010

tienes que parar de llorar por las mañanas...

Um, dois, três. Respira. Não deixa a lágrima nem se formar... pára! Tira isso da sua cabeça, pára. Só pensa que daqui a pouco vem a Semana Santa e você vai para a praia descansar. Sim, antes haverá dez mil provas, Semana Sudaca e toda a usual sheet a qual tu já está acostumada... mas... mas... Okay, uma lágrima não faz mal. Afinal, senão no teu quarto, onde mais você pode ter uma dose de descompostura. Vai ser bom, assim você evita o incidente da última aula de inglês. Pobre Jamie, ficou assustado quando viu a brasileira maluca chorando depois de discutirem o sentido da palavra "lie". Bem que os professores deveriam estar aware do ciclo menstrual das alunas - especialmente das mais hormonais. Respira. Uma lágrima se foi, outra, outra... mas agora você precisa levantar. O dia tá bonito, como sempre. O calor não está matando, como sempre... ai, que isso, não se engana. Você bem sabe que em algum ponto da manhã o maldito sol vai tornar até o ar quente e no fim da tarde vai chover. Putos câmbios climáticos. Nessa estação não era para ter chuva. Agora pára de enrolar, pega tua bolsa, teu fichário, teu dicionário. Começa a pensar em inglês. Toma teu café da manhã o mais rápido possível e tenta se manter acordada durante as classes. Não se esqueça que a resposta à pergunta de corredor é sempre "Bien, ¿y tu?". Ninguém tá perguntando em sério... é só uma formalidade. Agora vai. Quem sabe um dia tu será capaz de dormir uma noite inteira...