sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Año Viejo.

Em muitos países latinos se vê na porta das casas um boneco de pano chamado Año Viejo, que aparece apenas no dia 31 de dezembro. O boneco tem qualquer coisa que represente os vicios que a pessoa que o fez quer deixar para trás no ano que chega - cigarro na boca, cerveja na mao... e na meia noite, tal boneco é explodido. Nada dramático, nao?! Bom, me sobram 2 minutos de acesso a internet e nao dá pra desenvolver o que eu gostaria de falar sobre isso, e sobre muitas coisas... sobre o que significa este momento do ano para mim, e do que foi este ano em minha vida. Deixa pra depois. Vou jantar com Emai (Chile), Clara (Paraguai), Maria (Colombia) e Roanna (Holanda), estourar uma champanhe à meia noite e dançar até de manha nas ruas de Moyogalpa. Feliz ano novo.

domingo, 26 de dezembro de 2010

adiós, Guate...

Ja nao me encontro mais em territorio chapine. E uma semana nao foi o bastante para explorar tudo que gostaria deste pais magico que e Guatemala... mas foi suficiente para me deixar completamente apaixonada. Pode parecer exagero, mas o fato e que viver na Costa Rica me tirou a fe na America Central. Por algum momento ate pensei algo inaceitavel para uma estudante de Antropologia: que algumas culturas sao superiores a outras. E Costa Rica (somado a Panama, Belize e os CA-4) estariam bem embaixo na minha classificaçao. Pois caminhar ate aqui em cima me mostrou que nao e bem assim, que ha beleza escondida por aqui, que existe muita cultura a ser explorada e que cada um destes paises tem sua particularidade. Escrevo desde El Salvador - outra vez na casa do Marcos, onde dormirei um par de horas antes de ir a Nicaragua. E ai encontrarei a Roanna (Holanda) e a Clara (paraguai) e ficarei até o ano novo. Quando voltar para casa e tiver tempo e disposiçao, prometo elaborar mais as informaçoes que ando jogando assim ao vento nestes ultimos posts. Por agora preciso terminar uma redaçao deveras importante e dormir um par de horinhas. Ai, essa vida de backpacker..!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

no soy La Maga y tampoco estoy en París.

Somos 6 bilhoes de pessoas povoando este mundo ja saturado de humanos, divididos em nacionalidades, pelo deus no qual creemos, por quem nos apetece sexualmente e por outros dez mil rotulos que tentam definir este algo tao complexo que somos.
6 bilhoes, e por razoes que talvez nunca saberemos, determinadas pessoas passam por nosso caminho. Algumas para sempre, outras para nunca mais. Algumas se tornam das coisas mais importante da tua vida, outras te machucam fatalmente. Algumas viram suas companheiras de quarto por um ano num colegio internacional, outras dividem o quarto contigo por uma noite num albergue na Ciudad Guatemala...
6 bilhoes, e por isso mesmo a possibilidade de encontrar o mesmo ser duas vezes em lugares diferentes me deixa abismada. Abismada nao, encantada.
E hoje tudo cheira a poesia. Poesia? Nao... tudo cheira a Rayuela*.
*Rayuela: novela do escritor argentino Julio Cortazar.

domingo, 19 de dezembro de 2010

estoy enamorada.

Lhes escrevo de Antigua Guatemala, a ex-capital deste pais incrivel que estou ha dois dias. Do meu lado esta Sofia (Equador), que escreve para o namorado espanhol. Atras de nos duas esta Karla (Chile) que acaba de acordar. No quarto esta Maria Alejandra (Colombia), que nao sei o que faz. Estamos todas apaixonadas por este pais, que se mostra o mais incrivel dos que visitei nessa America Central. As pessoas, os lugares, o ar... tudo. Aqui e absolutamente magico. Magico. E e so isso que tenho a dizer ate agora: sei que esta sera uma semana singular.

sábado, 18 de dezembro de 2010

sem lenço, sem documento...

Lhes escrevo muito brevemente desde San Salvador, capital de El Salvador. Faz dois dias que viajo de onibus, passando por fronteiras, vendo paisagens e pensando... muito. Me encanta viajar sozinha - principalmente quando há Chandreyi em Manágua e Marcos em San Salvador para me dar abrigo. Em mais ou menos doze horas estarei em Ciudad Guatemala, onde a verdadeira viagem começa... Trilha sonora? Bruises - Chairlift. Estado de espírito? Minha everlasting montanha russa sentimental. O que espero encontrar? Um efemero momento de paz - porque pedir mais que isso já é querer demasiado.

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

what was the best mistake you have ever made?

É o fim de uma tarde de vento forte nessa Costa Rica. Estou sentada na living room de Flamingo com Karla (Chile) e Maria Alejandra (Colômbia) enquanto escrevemos as redações que pedem universidades gringas para saber se nos querem ou não.
Acabo de decidir aplicar early decision para uma universidade só de mulheres metida no meio de Massachussetts. Uau. Do jeito que falei parece que é uma coisa ruim. Não é não, ¿vale? É bom, bem bom. Mount Holyoke faz parte de um consórcio de universidades (junto com Smith College, Amrherst, Hampshire e University of Massachussetts) e há possibilidade de ter aulas em todas elas. Además, South Hadley está entre Boston e New York. E as chances de ser aceita aumentam bastantinho com early decision.
Bom, uma das perguntas que se pode escolher para fazer uma mini-redação é o nome deste post, "que foi o melhor erro que você já cometeu?" Obviamente passei uma tarde inteira encarando o computador na tentativa de encontrar uma resposta.
A primeira coisa que me veio à cabeça obviamente foi meu relacionamento destrutivo com o último ser humano que me partiu o coração. Depois me veio a perda do avião de NY a Costa Rica. Fui mais longe e lembrei dos pequenos furtos aos treze anos. Ainda nesse período Thirteen, uso de drogas legais na pré-adolescência... e por aí vai.
É tenso remoer recordações pensando somente nas coisas ruins que se faz, mesmo que seja para explanar em que sentido isso te enriqueceu como pessoa.
Sabe o que? Vou é comer com as meninas, e depois escrevo sobre passar 6 anos num colégio cujas ideologias não eram similares às minhas.
Melhor que entregar meus podres de mão beijada a esses yankees.

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

não quero dizer tchau porque da próxima vez é adeus.

Amanhã minha galega vai embora à uma da tarde... e depois dela mais um tanto de gente. E o campus se vai esvaziar. Foi assim que aconteceu das outras vezes: uma hora estávamos todos no campo de frisbee curtindo uns aos outros, na outra, lotávamos o ônibus com destino ao aeroporto.
Há duas malas feitas no chão do meu quarto. Marie e Lucy vão para casa. Ambas mortas de alegria. Marie porque está infeliz aqui. Lucy porque é primeiro ano.
E eu? Bom... eu ficarei aqui um pouquinho. Tomei uma das decisões mais drásticas possíveis e decidi não voltar pra Brasília. Ficarei uma semana, talvez um pouquinho mais, no colégio e depois parto com destino ao norte. Nicarágua, Honduras, El Salvador, Guatemala até chegar ao México.
Me dá um aperto no coração saber que serão milhões de meses sem brasilidade, mas também penso que será das experiências mais enriquecedoras. Assim espero pelo menos.
Enfim. Comecei este post para dizer que nestes últimos diazinhos estamos mais que conscientes que é o começo do fim. E já está doendo.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

¡Happy Birthday! part two: and so I went and let you blow my mind.

Kushboo (Nepal), Maria (Colômbia), Nina (Holanda), Maria Hon (professora, China), Susan (Equador), Wies (Holanda), Laura (Alemanha).
Acordei cedinho no domingo to go hiking with Mindfulness CAS. Pois é, deve parecer a coisa mais bicho grilo do mundo, mas foi assim mesmo que decidi começar meus 19 anos: meditando no topo de uma montanha. E foi uma experiência linda. Depois da caminhada silenciosa fizemos uns exercícios de respiração, yoga e meditação.
Terminamos com um pic-nic vegetariano delicioso, que não logrei traduzir todos os nomes. Uma das melhores coisas de ter ido embora é que tive que aprender a não escolher comida, tenho que comer o que me vem. E isso me fez descobrir sabores incríveis que nunca haveria provado(?) se não estivesse abroad. O problema é que é sempre impossível traduzir os nomes.
Como sempre, nossas conversas foram muito divertidas e enlightening, de reencarnação à legalização da maconha. Adoro mesmo a Maria Hon, nossa professora :) Ela é uma das únicas pessoas com o dobro da minha idade por perto. Para alguém que vive rodeado de pessoas da mesma idade/mais novas, este é o melhor dos tesouros.
Mindfulness sempre me faz pensar que é possível viver em equilíbrio. E é exatamente o que preciso na minha vida nesta momento.
Tive um bolinho de chocolate com rum enfeitado por ervinhas encontradas lá pelo hiking, uma graça.
Ficamos lá por essas montanhas até umas três da tarde...
Tinha intenção de trabalhar, mas quando voltei pra casa, fui levada pela Dani (Israel) para comer uma sobremesa no restaurante brasileiro. Creme de papaya com licor de cassis, deliciousness! (Esse postre me faz pensar na Maia...)
Terminei meu aniversário conversando com um primeiro ano da Colômbia no frisbee field. Estranhamente, muitas pessoas estavam acordadas, andando pelo colégio na madrugada. É uma das minhas coisas preferidas de estar aqui: a possibilidade de encontrar alguém para conversar sempre que dá vontade.
Meu dia foi belíssimo, como sabia que seria. E agora eu sou um ser humano de 19 anos de idade sofrendo uma séria crise. Pois é, aquela que todo mundo tem aos 40 eu 'tô tendo aos 19. Como diria a Dani, "beth, you're so disfunctional...".

¡Happy Birthday! part one: might like you better if we slept together.

As comemorações de aniversário aqui geralmente acontecem na noite anterior ao aniversário, à meia noite. Porém a minha começou às 7 horas da manhã, com uns putos SAT Subject Tests. Fuck my life. Não sei de onde tirei a idéia insensata de fazer Literatura Inglesa. Foi uma dor excruciante, sem contar que me senti dos seres humanos mais inaptos a entender a língua inglesa. Bueno, espanhol foi o oposto. Bem tranquilo, poderia até dizer fácil. De lá fui ao Multiplaza, um shopping em Escazú, para comprar meu presente de aniversário para mim mesma: um novo diário.
De volta ao colégio, houve um evento HERMOSO: Tribute Night British Rock from 90's onward. Imagina meu êxtase: de Arctic Monkeys, passando por Radiohead, Muse! AI..! E o ápice da noite para mim foi Islands, by The XX, que foi dedicada para mim pelo Emai (Chile) e performed por Simon (Bélgica) e Nina (Holanda). Foi um êxtase, sério mesmo.
Depois, obviamente fomos ao Amigos e só o que posso dizer é: ganhar shots como presente de aniversário é sempre divertido. No meio da noite recebi um envelope da Laura (garçonete e amiga) com um bilhete requerindo minha presença em Cabo Blanco - uma ex-residência que agora serve como espaço social para os alunos e escritório para as psicólogas do colégio - à meia noite.
Quando cheguei ao lugar, dezenas de velas iluminavam a sala, havia cartazes representando arranha-céus... eu estava em uma festa underground em New York :) Marie (França) me fez um vídeo com fotos da nossa viagem ao som de Empire State of Mind, muito lindo. Depois, enquanto usava uma coroa com os dizeres "It's my birthday", fui sentada em uma cadeira no meio da sala e tive um striptease exclusivo do Juan Pa (México), Oskar (Noruega), Maayan (Israel), Evan (US) e Kamil (Espanha/Marrocos). Oh céus. Eu mereço demais esses amigos, hahaha. Danielle (Israel) me preparou um cheesecake delicioso! História por trás
da escolha deste tipo de bolo: ela sempre me zomba dizendo que eu sou cheesy, porque eu sempre digo coisas de filme água com açúcar, sou sempre a que se acaba de chorar por coisas bobas, enfim... sou cheesy. E com orgulho! Como já disse, estava uma delícia e não deu pra quem quis.
Nada melhor para terminar a noite em alta do que dançar com Alice (Romênia) e Susanne (Noruega) até não dar mais. Éramos só as três dançando loucamente, rindo que nem umas hienas... impagável.
Foi um aniversário absolutamente perfeito, que passei com gente que amo e me diverti na medida certa.
E dizer adeus aos dezoito anos foi bem difícil, porque este foi um ano lindo da minha vida, posso até dizer que o melhor. Sin embargo, não se deve levar essa frase muito a sério, porque é o que sinto em cada um dos meus aniversários. Por alguma razão rara sempre termino um ano com a
sensação de que nenhum outro poderá ser tão bom. Já deveria ter aprendido por empirismo que é assim que a vida acontece: um ano é sempre melhor que o outro. A vida é cheia de altos e baixos, mas no fim das contas tudo tende a melhorar. Sim, sim. Esse aniversário me deixou bem up :)

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

lo siento!

Já chegou dezembro, meu mês preferido, hands down. O motivo mais óbvio: meu aniversário. Neste domingo eu *pausa reflexiva... em espanhol seria cumplo 19 años. mas não se traduz assim pro português... espera, calma...ah!* faço 19 anos. E devo dizer que não vi o tempo passar, ainda mais aqui. Quando cheguei, tinha 17 anos. Dezessete. E estou a três dias de completar dezenove. Quão louco é isso?
Bom, o título deste post, "lo siento!" é um pedido sincero de desculpa pela minha ausência. Acontece que eu tive das semanas mais hécticas *ei, ei... isso não existe em português, menina. vai lá no google translator, que virou teu melhor amigo.*, quero dizer, agitadas academicamente. De verdade. Na quarta, por exemplo, tive meu oral oficial de Espanhol e obviamente... freaked out. É tão óbvio que eu colapse sob pressão, nem é engraçado mais. Porém, já foi, e é menos uma responsabilidade nessa vida louca vida de IB student.
Obviamente, me falta tempo, me falta tempo, me falta tempo. E se lo digo (isso é português?) três vezes é por alguma razão. E sempre que tenho essa quantidade monstruosa de trabalho acabo passando dias sem sair do quarto decentemente.
Pra não dizer que viro uma total social lifeless person, aqui vão algumas evidencias que dá pra ser feliz mesmo completamente atarefada:
Diana (Galícia), eu e Marie (França)
Eu e Danielle (Israel)
A primeira foto é de uma sessão de dança pré-finalização de EE: uma hora de danças toscas, chocolate galego e muito riso. A segunda é de uma sessão de carinho mútuo desestressante.
E é assim a vida de segundo ano: morrer de estudar e passar o tempo livre com suas pessoas preferidas :)