quarta-feira, 9 de junho de 2010

#1. I'm like a bird.

devo admitir que senti um frio na barriga e um pouco de medo. dos meus pais, de não encaixar com meus amigos, de ter perdido mais português do que devia...
já estou aqui há quase dez dias y solamente ayer por la noche me deu uma vontade incontrolável de chorar e revirar minhas cartas e outras lembranças.
sempre dói estar longe de casa. principalmente quando casa se torna um conceito tão... abstrato.
I'm like a bird,
I'll only fly away;
I don't know where my soul is,
I don't know where my home is...
e aqui fico até o início de agosto.
não acredito que já passou meu primeiro ano de UWC.
words would not be able to say a third of what it was for me.
pra ter um closure, palavras que poderiam ser usadas para tentar definir este primeiro ano:
amazing, increíble, inefável.

#2. where do you go with your broken heart in tow?

and then, second years' graduation came.
veio a formatura para nos forçar a dizer "curta o verão, nos vemos em três meses" ou "adeus, foi bom te conhecer". um ou outro "você é incrível, tive tanta sorte em tê-lo por perto". em casos extremos "não sei o que farei sem você no próximo ano" ou até mesmo "não vou conseguir entrar neste quarto sem morrer de chorar". dois ou três "se cuida, nos vemos logo, logo" acompanhados por uma piscadela que não vai significar nada uma vez que haja primeiros anos ingênuos e completamente abusáveis. e nos casos mais piegas "eu amo você. volte para mim depois do verão".
fui das últimas a deixar o colégio. dei todos os adeuses possíveis, e cheguei ao ponto de simplesmente não ter mais lágrimas. doía tudo; literalmente a cabeça, metaforicamente o coração. por um dia tivemos, eu e Karla, El Coco toda para nós. cozinhamos, assistimos Juno, dividimos nossas coisas entre caixas e malas...
dormir era algo que já não me parecia ncessário. desde a madrugada antes da formatura dos segundos, quando dormimos Lotta (Alemanha), Marie (França), Emai (Chile) e eu no sofá colocado no pasillo. durante os dois dias seguintes acordávamos a cada duas horas para nos despedirmos quando os ônibus saíam. millones de lágrimas mais tarde, paz.
andei por aí durante dois dias. fui a San Pedro, capital universitária da Costa Rica, a.k.a onde há bares realmente bons e uma rua docemente apelidada de Calle de la Amargura pelos bêbados que se acabam por lá... mas eu só fui ao cinema assistir um filminho água com açúcar e voltei pro meu albergue. menina boazinha, não?
minha última noite na Costa Rica foi passada assistindo Ciudad de Diós na casa da Leila. ela passou lá dois segundinhos antes de ir pra balada e deixar a casa para mim. I missed so much the boredom, the freedom and the time I used to spend alone :)

#3. the last days of romance

que desespero esse mês de maio..!
cheio de últimas chances: provas finais e adeus. cheio de "eu deveria ter..." e "eu sempre quis ter...". cheio de noites sem dormir - pelas razões mais diversas possíveis.
não conseguiria escrever durante os últimos dias nem se quisesse.
pra começar, estudei como louca para os exames, que não em saíram tão bem quanto poderiam. pelo menos percebi algumas coisinhas, como #1. si, mi español ha mejorado desde que llegué al cole e #2. preciso de mais foco durante o ano para não precisar morrer tanto em véspera de prova. e isso só é relevante porque percebi que praticamente só falo de Bar Amigos, do ex e de momentos onde eu não estou "academicamente ativa". por isso, devem achar que a vida no UWCCR é só festa. não é. IB suck.
adcione a isso o fato que liberdade é uma das melhores coisas que um ser humano pode experimentar. imagine a alegria geral quando já não tinha mais provas para as quais estudar. dias e dias de ócio; piscina um par de vezes, cafés inesquecíveis... e noites que seriam memoráveis se o nível etílico nos permitisse lembranças mais completas.
para arrematar, saber que é possível que você nunca mais veja certas pessoas causa uma série de emoções... coragem de falar coisas que um sempre desejou, mas nunca encontrou a hora certa; necessidade de repetir inúmeras vezes o quanto aquela pessoa importa pra ti.
all in all, estava tudo muito emocional, impossível escrever uma linha que fosse sem morrer de chorar. e é por isso que só depois de estar uma semana de volta ao Brasil consegui fazer isso; parar em frente ao computador e pensar nos dias lindos (ou terríveis) que passei para tentar colocá-los em palavras. tentativa vã. sempre fica demasiadamente superficial, com cara de historinha.
bueno, mis últimos días de romance fueran geniales.
me surpreendi com algumas pessoas, tive a confirmação do quão maravilhosas eram outras. vivi muito mais intensamente do que jamais em minha vida. e amei isso.