sexta-feira, 30 de abril de 2010

Sobre cappuccinos, tardes chuvosas e o eterno retorno de Nietzsche.

Preciso me desculpar, caros leitores, pela explosão sentimental dos últimos posts. Porém, as vezes há tanto dentro de mim que simplesmente necessito colocar para fora. E sim, este deveria ser um blog sobre a vida num UWC... mas não se pode deixar de lado o fato de que sentimos muito intensamente aqui. Então faz perfeito sentido que vocês leiam sobre as montanhas russas sentimentais pelas quais passo. Some isso ao fato de eu ser uma narcisista assumida y ya. Perdón, perdón... y gracias por leerme. Aunque sea sobre algo que no sea de tu interese.

quinta-feira, 29 de abril de 2010

#1. Cappuccinos.

Foi por puro acaso. Eu saía do colégio quando a chuva deu uma trégua. Precisava tomar um café, respirar fora da bolha. Ouvi uma voz gritar meu nome e, ao virar, uma onda azul me levou para fora daqui - digo aqui porque escrevo da clausura destes portões verdes. Fomos juntos ao restaurante (pseudo)italiano aqui perto e passamos de confidências a filosofia sem que eu percebesse. E assim vimos a tarde se por em noite sem sentir as horas passarem. Quando caminhávamos de volta à "Cárcere, Doce Cárcere", senti um peso inefável incrivelmente contrastante com a leveza dos momentos anteriores. Principalmente enquanto passávamos pela ponte, quando cambiamos de inglês a espanhol para responder a alguns chistes e ao sentir certos olhos estranhando o fato de sentarmos solos na mesa da cafeteria. Coisas de viver no campus...

#2. Tardes chuvosas.

Começou de novo. As manhãs estão quentes como se o mar realmente estivesse virando sertão, mientras as tardes são totalmente cinzentas. E chove. Como nos meus primeiros dias em território tico. Chove tanto que a rede entre El Coco e Malpaís está sempre encharcada e já não posso tomar chá e escrever no meu lugar preferido. Já não posso olhar o contraste entre o verde das folhas e o cinza do céu. Já não posso falar da vida enquanto ele balança a rede comigo nela. Me peguei sentindo saudades. Pensei em ir até Montezuma, subir as escadas e falar o quanto essas chuvas me têm feito extrañar nossas conversas em tom de segredo. Ele me olharia com aqueles olhos que eu não consigo ler, diria "entonces vamos a hablar en tu cuarto" e riria quando me visse totalmente vermelha. Deixei pra lá. After all, what I realized is that what's not spoken is what really matters. Why would I ruin that?

#3. O eterno retorno de Nietzsche.

Eu queria assistir Dexter e cair na cama antes das nove da noite. Encontrei aquela espanhola estranha no meio do caminho e resolvi acompanhá-la até a sala de artes. Afinal, eu realmente preciso terminar minha primeira obra final. Ela me fazia perguntas típicas de sua doce estranheza; "if you could choose, with who you would be now?", "how did you know you loved him?", "does she know about you?". Ela trabalhava com carvão vegetal; eu, com tinta chinesa. Pensei profundamente nas respostas para cada uma daquelas perguntas. Ela não sabia, mas meu trabalho final foi inspirado nos cinco meses de idas e voltas que começou numa noite azul escura em Malpaís. Mais cedo, aliás, no show de talentos do acampamento de primeiros anos. Antes, talvez, enquanto discutia com alguém que fala minha língua e ele tentava entender o conteúdo. Terminei as pupilas - que levaram tempos e tempos para serem pensadas e desenhadas - e passei um bom tempo olhando o que finalmente tomava a forma que eu havia imaginado. "I really like it!" "Thanks. I'm still not sure... you know. It's for him. It's a closure" "A closure? Honey, the only way to have a real closure is closing you legs". Ela riu e eu pensei que, de fato, todas as vezes que it was over jurávamos que seria de vez. Bullshit. Foi aí que A Insustentável Leveza do Ser fez mais sentido que nunca; eterno retorno, einmal ist keinmal,"recapitulação sentimental de uma história nada sentimental". Lembrei de um cappuccino que tomei semana passada falando de filosofia e me deu medo a idéia de que não temos tanto controle sobre nossa vida como pensamos. E decidi que sim, minha monografia será em Filosofia.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

countless lovers on the cover of the street.

Começou com ela deitando no meu colo e me dizendo naquele espanhol safado dela: "quieres hablar después de la reunión?". Que puta manipuladora. Ela sabia que eu compartilhava com ela o desejo de não estar ali, mesmo que por razões distintas. Me levou para seu quarto e, enquanto me falava da maneira mais casual do mundo como era apenas sexo o que ela tinha com aquele guri asqueroso, pegou a bolsa vermelha que sempre a acompanhava nas noites em que a via tomar até passar da conta. Senti uma enorme vontade de fumar Marlboros rojos. Me lembrei da conversa da noite passada, entre El Coco e Malpaís, onde confessei a ele o verdadeiro motivo para eu ter parado de vez de fumar de uma vez... ele. Também me recordei de que o outro espiava pela sala de estudos, e eu esperava forte que ele estivesse se corroendo por ter me deixado. Passamos pela igreja, pela sorveteria... é pedir demais que haja one nice place to sit and talk? Aparentemente, sim. O que nos levou ao Bar às 5 e meia da tarde. Entre uma Imperial e outra a vi sem a maquiagem usual que a menina sempre leva na cara: a arrogância e o ar indiferente. Voltamos já bem tarde, e a cada passo torto em direção ao portão já sentíamos o peso de voltar à bolha. E esse lugar tem o poder de me surpreender sempre. Increíble.

sábado, 17 de abril de 2010

La Carpio.

Hoje fui a mais um Conociendo Costa Rica. Dessa vez não fui limpar nenhuma praia, mas fazer trabalho pesado numa "favela" a trinta minutinhos daqui. Ainda fico passada quando visito lugares como esse. Sabe, em Brasília é muito fácil não ver pobreza. Mantenha-se no eixo Asa Norte/Asa Sul + Lago Norte/ Lago Sul e está tudo bonito. Porém, acho de extrema importância ter uns choques de realidade de vez em quando. Porque nem tudo está bonito no mundo. E é fácil para mim falar isso, é fácil ir a um lugar desses uma vez por semana ou até menos e pensar que estou realmente fazendo algo pelo mundo. Mas é assim que se começa. E, sabe de uma coisa? Creio que UWC tem me ajudado bastante em um processo pelo qual todos deveríamos passar: escolher nossa causa. O que nos apaixona o bastante a ponto de querermos ajudar, ver crescer, melhorar. E o tal projeto terminou com quinze UWCCRers mortos no ônibus ao som de reaggae tico e Alanis Morissette.

Joyeux Anniversaire!

Ontem foi o aniversário da Marie (França) e fomos a Lindora, uma das cidades entre Santa Ana e San José - a capital - para comemorar com comida francesa e vinho tinto. Mon chéri esteve um pouco deprê nesses últimos dias e foi incrível vê-la soltar aquela gargalhada típica. Fomos Marie, Diana (Galícia), Linnéa (Suécia), Natasha (Dinamarca), Danielle (Israel), Victor (Alemanha/US) e eu. Conto isso porque quero falar de três momentos da noite. #1. Percebi o quanto uma língua pode separar as pessoas. Minhas melhores amigas daqui são européias - não digo melhores amigos porque estes sim são latinos e o Vic é uma Coco Girl ahaha - e atribuo isso ao fato de meu inglês ser dezenas de vezes superior ao meu espanhol. Nunca me senti confortável o bastante para criar laços mais fortes com muitos hispanohablantes por sentir uma pontada de culpa pela ignorância da língua que me cerca. #2. Percebi o quanto vou sentir saudade de alguns segundos anos. Claro que já sabia antes, mas senti um aperto no coração enquanto o Victor fazia um truque besta com uma moeda. Cada geração é tão diferente da outra... a dinâmica aqui será enormemente diferente no próximo ano. Dá medo e animação. E é triste estar a menos de 40 dias de mais uma rodada de adeuses. #3. Saimos do restaurante umas dez e meia e fomos para onde? Bar Amigos. Pra variar. E isso só me fez pensar no quão limitado o ser humano pode ser. Estamos sempre repetindo nossos ciclos, os mesmos amores, as mesma inquietações, os mesmos lugares. Não importa onde estejamos. All in all, passamos a noite muito bem. E a trilha sonora começou com Malpaís e Radiohead, passou por Maroon 5 e Red Hot para... well, Daddy Yankee e Black Eyed Peas.

terça-feira, 13 de abril de 2010

moldy peaches, ToK e esperança.

Horóscopo mensal de Abril

O mês de abril trará uma expansão dos prazeres e da diversão na sua vida. A vida afetiva terá destaque, havendo muita paixão e desejo.

Horóscopo de 11/04/2010 até 17/04/2010

A Lua Nova estimulará a sua criatividade e trará maior alegria de viver, podendo ainda ser muito positiva para o amor.

Horóscopo de 13/04/2010

Agora é preciso que feche um ciclo mais movimentado na vida íntima, chegando a determinadas conclusões no campo pessoal e na esfera familiar e doméstica. Ao fazer isto, uma fase mais dinâmica e de maior autonomia se fará sentir.

Amor

Você tem tudo para viver 4 semanas de muito romantismo e paixão, não deixe a oportunidade passar em branco.

Carreira

Começa agora um período de atuação mais criativa, que tende a lhe dar destaque no ambiente de trabalho.

Dicas do dia

Prepare-se para dias de maior diversão e alegria em sua vida.

domingo, 11 de abril de 2010

Mal País Party.

Festa do sinal. Cor? Verde. Vestido comprado na tarde de um dia bonito depois de uma madrugada conturbada. Uma madrugada complicada depois de uma noite muito boa. Em um par de linhas a ciclicidade da vida. Festa do sinal. Cor? Amarelo. "For those who are single and either are looking for someone/something or want to enjoy their freedom to the maximum point" (???) Nessa noite eu cheguei a uma belíssima conclusão: às vezes aproveitar a liberdade quer dizer respeitar certos limites. Nossos próprios limites. Festa do sinal. Cor? Vermelho. Escrevo do #7 de El Coco enquanto a festa continua em (outros) quartos do UWCCR.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

me fallaste, abusaste, basilaste...

É uma quinta-feira e eu não deveria estar neste estado à meia noite e cinquenta e quatro. Eu deveria estar escutando música de yoga com as velas e o incenso de canela acesos maaas... o negócio foi: hoje tivemos um evento para comemorar o aniversário do colégio, Danzas del Mundo. Foi increíble! Lindo mesmo... e acabou às onze da noite. Hoje é uma quinta-feira, podemos sair do colégio, mas a hora de voltar é.... onze. Porém, a doce da Coordenadora de Vida Residencial prorrogou o horário de chegada hoje até à meia noite. Ah, fazia tempos que não ia ao Bar Amigos, ainda mais no meio da semana. Lembro que no primeiro e segundo meses era de lei ir ao Amigos a partir de quarta-feira. Ê, vida fácil. Agora, com tantas coisas a fazer é simplesmente impossível (!) ir com a mesma frequencia. Mas ah, precisávamos forte desta ida. São uma e dez da manhã agora e eu tô no ponto. If you know what I mean. Vou terminar minha apresentação de Inglês ao som de Daddy Yankee - Ella me levantó. E hoje eu senti, depois de muito tempo, aquela alegria de estar aqui. E uma overdose de amor... amor por França, Chile, México, Nicarágua, Venezuela e... STATES! Me encanta estar en el Colégio del Mundo Unido!

terça-feira, 6 de abril de 2010

eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome.

Caminhava pelo campo de frisbee e lá estavam aquelas cores de novo: o cinza e o verde. Lembrei da tarde que passamos juntos no parque. Eu estava almoçando com a única pessoa no campus que come tão lentamente quanto eu, a irlandesa segundo ano. Ele me perguntou se eu gostaria de ir com ele. Era uma terça-feira, e eu lembro disso porque me senti culpada por faltar ao tutorial de matemática. Lembro de, ainda no ônibus, encostar minha cabeça no ombro dele, que brincava com os anéis nos meus dedos. "Você trouxe casaco? Vai chover", ele me disse. "Mas com esse calor??" "Vai chover..." Ele estava errado, não choveu. Mas começou a fazer frio. Ele não segurou minha mão para aquece-la. E isso me suscitou à lembrança daquele puto jantar de Valentine's Day, o Dia dos Namorados gringo, quando "enfeitaram" a cafeteria com luzes cor-de-rosa nojentas e eu me recusei a comer lá. Quando voltei do jantar alternativo que tive - Pizza Hut e sorvete com meu segundo aninho - ele passou no meu quarto para pedir desculpa por ter esquecido a data. Em meu usual estado de raiva durante nosso conturbado "romance", só respondi que não era his fucking girlfriend. Caminhamos a tarde toda por aquele parque, e foi quando lhe disse que estas cores juntas sempre me remeteriam aos meus tempos de Costa Rica. Em nenhum outro lugar que estive - não que a lista seja longa - me deparei com tantos dias cinzentos onde as folhas pareciam fluorescentes de tão verdes. Lhe contei dos dias alaranjados nos Estados e dos pores-do-sol multicoloridos que só Brasília tem. Nessa hora ele não falou nada, só me olhou com uma mirada já conhecida. Paramos no teste de som que uma orquestra que estava para tocar fazia. Um dos músicos, amigo dele, veio cumprimentá-lo e fui apresentada como "uma amiga do Brasil". No ônibus, na volta, lhe perguntei qual era a relevância da minha nacionalidade. E foi aí que tudo acabou pela última vez. Já passou um tempo desde essa tarde no parque. Já passou muita coisa... Enquanto caminhava pelo campo me deu ganas de escrever sobre essas cores e sobre ele. E sobre o fim. Devo admitir que duas lágrimas gordinhas cresciam nos meu olhos ao repassar um momento e outro. Não de tristeza, mas de... nostalgia. Sabe, nostalgia em espanhol, não em português. Há uma certa diferença: os hispanohablantes vivem sem a palavra saudade, o mais próximo que sentem é essa tal nostalgia. E eu estava sentindo assim, em espanhol. Em espanhol mal-hablado. Deitada no meu lugar preferido neste colégio, a rede entre El Coco e Malpaís, com os olhos mareados, expelia palavras aqui e ali - soaria muito prepotente dizer que me sinto inspirada? - entre o oral de Inglês, o ensaio de Espanhol e esse post, quando um certo alguém colocou uma cadeira ao meu lado e, enquanto me balançava de um lado para o outro, fez a agonia dentro de mim evaporar sem que eu percebesse. ...mas eu não posso falar dele ou das nossas conversas; apertamos as mãos nos prometendo que tudo que fosse dito seria mantido entre nós dois. For a minute there I lost myself, I lost myself...

sexta-feira, 2 de abril de 2010

"la vida es una cárcel con las puertas abiertas" (...) escribió en la pared con la tripa revuelta.

São dez e cinquenta e seis da noite da sexta-feira da paixão aqui nesta terra sem coelhos ou ovos de Páscoa. Amanhã é sábado, seguido do domingo e tudo volta. Puto IB... mas "é assim que é". Me encontro deitada na rede entre El Coco e Malpaís bebendo chá de maçã e canela com limão, escutando Calamaro e me afogando em tanta poesia. Uma coisa que ouço demasiadamente por aqui em tom de brincadeira séria é que Brasil não conhece nada à volta... e é fato. Conheci o argentino Andrés Calamaro durante a Lunada Poética (a.k.a sarau) da Semana Sudaca. Juanpa Pacheco (Colômbia) pegou o violão e disse que cantaria uma canção de um poeta que gostava de pôr melodia em suas poesias. Creio que nunca vou esquecer essa cena... Necessário nesse ponto um pequeno parêntese sobre este guri. Juanpa parece o Gael García Bernal, tem o borogodó colombiano e é aquele típico artista sujinho. Nos primeiros dias eu estava incrivelmente mal, chorava o tempo todo e não falava com muita gente. Pois bem, uma noite ele sentou ao meu lado no refeitório e disse "tenho te visto triste...." ao que respondi amargamente "aqui não é bem como eu imaginava, tá todo mundo atuando o tempo todo, tentando ser mais interessante para impressionar o maior número de pessoas possível". Ele me olhou bem fundo nos olhos e disse "é, tudo o que você tá vendo é verdade; tem muita falsidade rolando, mas prometo que passa. e sei que pode parecer que eu tô atuando também, mas sempre que você precisar pode contar comigo, viu?!". A bad vibe passou, claro. Nunca fui próxima dele, por uma série de fatores irrelevantes, mas o destino (ou o que quer que nos leve de um lado a outro durante a vida) nos fez ir juntos para a Nicarágua por uma semana na Project Week. Numa nas noites, quando jogávamos Máfia, entre mil risos e brincadeiras, já na etapa final eu disse "ah, Juanpa tá tirando vantagem do fato que eu sou uma pessoa fraca!". Todos morremos de rir, eu mais que todos... mas ele não. Olhei para ele, que me disse baixinho "você não é fraca". Porque criei este parêntese sobre ele? Well, well, well... porque, para mim, essa foi a trilogia que tornou alguém nada próximo inesquecível para mim. Ouvi-lo cantar Media Verónica sendo aquecida pela fogueira naquela noite específica, entre um poema e outro, simplesmente me marcou. Devo desculpar-me aqui... que pretensão pensar que seria interessante falar sobre uma música cantada, uma conversa durante o jantar e uma interna de viagem. Culpem o balanço da rede, o barulho do vento e a poesia de Calamaro... foi o que me derreteu nessa noite gelada.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Processo Seletivo 10-12

Convívio começou hoje?! Ahhhhhhh! Querido comitê nacional brasileiro, favor enviar seres humanos interessantes para a Costa Rica! Ah, e artísticos. Já basta de brasileiro acadêmico, não??? Seriously, artists for firsties! Jooking... vou cuidar dos meus primeiros aninhos não importa qual seja a deles.

santa Semana Santa

São tipo seis horas aqui na Costa Rica. O dia passou quente, mas agora tá ventando. Not good for my throat, ears and eyes. Voltei ontem de uma praia tranquilinha no sudeste da CR, Dominical. Fomos apenas eu e Lotta (Alemanha), porque ambas tínhamos o intuito de fugir da massa escolar que já consome minhas manhãs tardes e noites diariamente. Sentiu o veneno? Perdão, tô deveras malzinha ultimamente. Não só pelo fato de estar doente, cansada e com mil coisas a fazer, não. O negócio é mais hardcore. Enfim, fomos a tal praia, descansamos, tomamos sol e tequila, conhecemos as pessoas mais estranhas possíveis, ahahah - creio que devido ao fato de sermos nós deveras estranhas também ;) Passamos só três dias a três noites, mas foi o bastante pra termos vídeos geniais, recuerdos inesquecíveis e... a conta bancária broken. Hehe. Not funny at all. Agorinha mesmo falei com o responsável por nos ajudar com as coisas de universidade e isso meu um hiper up, sério. Pelo menos me fez perceber que minhas matérias coincidem com o que quero fazer depois, ou seja, minhas escolhas aqui não foram tão randômicas quanto eu havia pensado. Sabe, quando alguém tem uma paixão tem que fazer de tudo pra que sua meta seja alcançada. Acho que é bem perceptível que o amor da minha vida é literatura, certo?! Amo ler e, mais ainda, escrever. E é isso que eu farei da minha vida, ponto final. Não importa pra onde ou pra quem, eu vou escrever! Agora vou jantar, tomar um banhozinho quente, ler um capítulo de Antropología e trabalhar em Artes. Como sempre, meu humor vacila entre David Bowie e Owl City - aqueles altos e baixos de sempre. A eterna montanha russa. Então é isso, me vou. Espero forte ter tempo de escrever mais aqui. PS, em exatas 8 semanas estarei deitada na minha cama doce cama em Brasília. Neutralidade sentimental... porque tudo tem dois lados.

¡los esperamos en Sudamérica!

Agora que tenho uns segundinhos para respirar posso contar um pouquinho do que foi a Semana Sudamericana. Pra começar, sim, suDamericana. É tenso clamar por igualdade linguística uma vez qu teu país é o único a falar um idioma diferente - devo aclarar que não há ninguém do Suriname e das Guianas aqui no cole, então South America vira sinônimo de espanhol... principalmente porque o contexto é latino. A ver, foi com certeza a semana mais cheia de eventos, talvez porque haja mais festa na América do Sul do que em qualquer outro lugar do mundo, talvez porque o tesão por liderança dos sudacos seja forte demais e nenhum país aceitaria ficar pra trás. Talvez porque simplesmente precisávamos de uns escapes. O ponto é: a semana foi cheia, cheia e deliciosa! Y la pasamos así: Segunda: sudac@s travestidos de índios durante as classes, colonização no almoço e feiras culturais seguidas de filme chileno à noite. Terça: sudac@s com trajes típicos durante as classes, aulas de dança à tarde. Quarta: sudac@s com cartazes de informação sobre seu país colados à roupa durante o dia todo, competição entre arepas colombianas e venezuelanas. Preciso dizer quem ganhou? Quinta: durante o dia sudac@s leram lendas entre uma aula e outra, à tarde teve dominó venezuelano na cafeteria e à noite um sarau com café colombiano e doces uruguaios em frente a uma fogueira. Sexta: outras nacionalidades vestindo-se como sudac@s durante o dia e LA FIESTA à noite - traje da festa? Poca ropa. Sábado: Golpe militar às 7h da manhã e El Chou à noite. Domingo: Jantar, onde não-sudac@s se vestiram de cantores e alguns até se apresentaram, ahahah. E para finalizar, uma celebração andina à mãe terra, Pachamama. Além disso tinha sobremesa e snack sudaca todos os dias, além do reggaeton usual da cafeteria ser cambiado por nossos sons vacilones. Quanto ao Golpe Militar, foi uma loucura que só nós poderíamos ter feito mesmo... fomos passando em todas as residencias, vestidos de militares e com armas de brinquedo, acordamos todos, os levamos amarrados à cafeteria e demos pão e água a quem não lembrasse o "nome sulamericano" que demos no dia anterior. Claro que não correu tudo como planejado e, sim, deu um probleminha ou outro... All in all, foi hiper lindo e terrivelmente cansativo. E eu amo ser sudaca :)