quinta-feira, 29 de abril de 2010

#3. O eterno retorno de Nietzsche.

Eu queria assistir Dexter e cair na cama antes das nove da noite. Encontrei aquela espanhola estranha no meio do caminho e resolvi acompanhá-la até a sala de artes. Afinal, eu realmente preciso terminar minha primeira obra final. Ela me fazia perguntas típicas de sua doce estranheza; "if you could choose, with who you would be now?", "how did you know you loved him?", "does she know about you?". Ela trabalhava com carvão vegetal; eu, com tinta chinesa. Pensei profundamente nas respostas para cada uma daquelas perguntas. Ela não sabia, mas meu trabalho final foi inspirado nos cinco meses de idas e voltas que começou numa noite azul escura em Malpaís. Mais cedo, aliás, no show de talentos do acampamento de primeiros anos. Antes, talvez, enquanto discutia com alguém que fala minha língua e ele tentava entender o conteúdo. Terminei as pupilas - que levaram tempos e tempos para serem pensadas e desenhadas - e passei um bom tempo olhando o que finalmente tomava a forma que eu havia imaginado. "I really like it!" "Thanks. I'm still not sure... you know. It's for him. It's a closure" "A closure? Honey, the only way to have a real closure is closing you legs". Ela riu e eu pensei que, de fato, todas as vezes que it was over jurávamos que seria de vez. Bullshit. Foi aí que A Insustentável Leveza do Ser fez mais sentido que nunca; eterno retorno, einmal ist keinmal,"recapitulação sentimental de uma história nada sentimental". Lembrei de um cappuccino que tomei semana passada falando de filosofia e me deu medo a idéia de que não temos tanto controle sobre nossa vida como pensamos. E decidi que sim, minha monografia será em Filosofia.

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