domingo, 14 de fevereiro de 2010

sucede que me canso de ser hombre.

Sabe quando teu corpo se acostuma a levantar cedo? Detesto quando isso acontece... quer dizer que já a rotina tomou conta da tua vida. Quer dizer que o novo já não é mais novo. Que as paredes do quarto viraram grades de prisão. Acordei cedinho e enrolei na cama até umas dez e meia, fui à reposição de Matemática e lá passei muito mais tempo do que devia - culpa do meu "vizinho" Juanpa (México). Esses dias têm sido bastante raros. Se antes tudo estava calmo, eu tinha tempo de estudar e dormir, agora tudo revirou-se completamente. P'ra amanhã, por exemplo, tenho quer ler 23 páginas de Antropología, umas 30 de Espanhol, fazer uma apresentação p'ra Artes, completar meu Investigation Workbook, escrever minha investigação de férias... e já são 17:19h. Já vi que vou estar um zumbi amanhã de manhã... Perdi meu passaporte ao voltar da Nicarágua e ainda tô fazendo trinta mil promessas pra achar o bendito. And last, but not least, na sexta-feira a Faima (Espanha) precisava de "modelos" p'ra fazer seu trabalho final de Artes, então fomos uns 15 voluntários. A singularidade de tal trabalho se deve ao fato de ser sobre um dos Sete Pecados Capitais: Luxúria. Imagina 15 pessoas que vivem juntas há seis meses - alguns há um ano e seis meses - somente de black underware em um tecido preto no meio da sala de Cabo Blanco. O melhor mesmo foi a Leila, Residential Life Coordinator, entrar desavisadamente, ficar em choque e... ameaçar mandar a foto p'ros nossos pais. En serio, impagável. E pai, mãe... não se preocupem, eu mandarei a foto p'ra vocês verem que não há nada demais, okay?! Voltando ao meu humor matinal, acordei totalmente Walking Around, poema delicioso de Pablo Neruda. Como já disse, não dá p'ra traduzir sentimentos, então aí vai o poema em sua língua original e apaixonante, espanhol; Walking Around. Sucede que me canso de ser hombre. Sucede que entro en las sastrerías y en los cines marchito, impenetrable, como un cisne de fieltro Navegando en un agua de origen y ceniza.

El olor de las peluquerías me hace llorar a gritos. Sólo quiero un descanso de piedras o de lana, sólo quiero no ver establecimientos ni jardines, ni mercaderías, ni anteojos, ni ascensores.

Sucede que me canso de mis pies y mis uñas y mi pelo y mi sombra. Sucede que me canso de ser hombre.

Sin embargo sería delicioso asustar a un notario con un lirio cortado o dar muerte a una monja con un golpe de oreja. Sería bello ir por las calles con un cuchillo verde y dando gritos hasta morir de frío

No quiero seguir siendo raíz en las tinieblas, vacilante, extendido, tiritando de sueño, hacia abajo, en las tapias mojadas de la tierra, absorbiendo y pensando, comiendo cada día.

No quiero para mí tantas desgracias. No quiero continuar de raíz y de tumba, de subterráneo solo, de bodega con muertos ateridos, muriéndome de pena.

Por eso el día lunes arde como el petróleo cuando me ve llegar con mi cara de cárcel, y aúlla en su transcurso como una rueda herida, y da pasos de sangre caliente hacia la noche.

Y me empuja a ciertos rincones, a ciertas casas húmedas, a hospitales donde los huesos salen por la ventana, a ciertas zapaterías con olor a vinagre, a calles espantosas como grietas.

Hay pájaros de color de azufre y horribles intestinos colgando de las puertas de las casas que odio, hay dentaduras olvidadas en una cafetera, hay espejos que debieran haber llorado de vergüenza y espanto, hay paraguas en todas partes, y venenos, y ombligos. Yo paseo con calma, con ojos, con zapatos, con furia, con olvido, paso, cruzo oficinas y tiendas de ortopedia, y patios donde hay ropas colgadas de un alambre: calzoncillos, toallas y camisas que lloran lentas lágrimas sucias.

...and happy Valentine's Day.

ps.: alguém sabe arrumar a configuração das postagens..? :/

Um comentário:

  1. Hay dias que no sé lo que me pasa/ Eu abro meu Neruda e apago o sol

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