segunda-feira, 2 de maio de 2011

o senhor da guerra não gosta de crianças.

Na noite de domingo, ao voltar de uma caminhada around the square com a minha linda primeiro aninho Beatriz, cheguei à sala de estudos para escutar da boca da Susanne (Noruega):
"Já escutou a novidade? Osama Bin Laden morreu."
"Como assim? Quem matou?"
"Quem você pensa? Os EUA. Veja o vídeo do Obama anunciando."
E eu, com lágrimas nos olhos, escutei um ganhador de um Prêmio Nobel da Paz falar que seu país foi responsável por uma operação que levou à morte de Osama Bin Laden. O que faz aceitável que um presidente, principalmente de nação tão poderosa, admita que cometeu um CRIME?Assassinato é crime, não importa a situação.
Antes de deixar o tal vídeo carregar, perguntei à Su, "Você acha que eu vou deixar de admirar o Obama?", preocupando-me genuinamente porque gosto da maneira como age o atual presidente estadounidense. Porém este acontecimento serviu para me lembrar o porquê do pé atrás que a maioria de nós, sulamericanos, tem com esta nação. Porque até aquele que simbolizava a mudança necessária é obrigado a converter-se num Senhor da Guerra.
Aprendi em ToK a olhar a história por dois lados sempre. Tudo bem, eu tento. Porém não posso negar que me revirou um pouco o estômago ouvir minha companheira de quarto californiana falando que o sentimento dela, e o sentimento geral do país, é de "satisfação".
Deixo de lado o fato de que desde o começo toda esta história me parece uma puta farsa. Deixo de lado o fato de que estas guerras têm como combustível (literal e metaforicamente) petróleo, dinheiro, poder. Deixo de lado qualquer pré-conceito que tenha com relação aos Estados Unidos... Me coloco no lugar da menina que cresceu sem o pai que foi pra guerra, da família que se refez quando a mãe morreu no atentado, dos que perderam a vida sem porque.
Ainda assim, não vejo sentido nesta política de atacar por vingança. Esta história não vai acabar assim e eu temo. Temo pelas vidas que se vão perder numa guerra sem sentido - como se alguma guerra tivesse a mínima razão de existir... Temo pelos meus amigos que vão viver nos EUA em alguns meses, pelos meus amigos americanos que estão voltando para um país que seguramente sofrerá retaliação, já que o que governa os seres humanos é o lema "bateu, levou". Temo por este mundo que tenta quase diariamente me provar que já não há remédio.

2 comentários:

  1. Nossa, foi uma vingança barata e ridícula. Só por questão de orgulho, e não por ainda haver alguma ameaça. Ainda há os que dizem "vitória da paz".
    Cadê o povo da human rights nessas horas?!

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  2. Assassinato, sem falar na invasão de território.
    Human rights? Duvido que Obama já ouviu falar!
    Se tem uma coisa que eu temia ser meu pior defeito para a seleção UWC é o meu preconceito em relação ao governo estadounidense, mas parece que este trabalha a cada dia para eliminar o "pre" do meu conceito, se é que me entendem.

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