terça-feira, 14 de junho de 2011

sobre uma semana de intensidade peculiar.

Estive constantemente entre a necessidade de estudar para as provas finais e a vontade de aproveitar meus últimos dias em casa. E se em um minuto estava estudando a antropologia simbólica de Clifford Geertz, no outro estava colocando meus pulmões para fora em dolorosos soluços na cozinha de El Coco.
Me lembro exatamente do momento em que se fez necessário colocar um sinal de "Perigo: erupção de lágrimas a qualquer momento!" em algum lugar bastante visível. Foi depois de uma visita do JuanPa (México) ao meu quarto depois de muito tempo.
Fazia meses, talvez três, que não tínhamos de nossas longas conversas, e eu lhe extrañaba montones. Até que nessa terça ou quarta ou qualquer que tenha sido o dia - datas se encontram desfocadas em minha memória agora - ele veio ao meu encontro. Passamos um par de horas catching up, trocando figurinhas e compartilhando dúvidas, porque assim como eu, JuanPa não está na vibe de ir para a universidade neste momento da vida.
Não foram derramadas lágrimas, mas houve momentos em que nossas vozes falhavam, tropeçando em soluços que ainda não estavam prontos para serem liberados. Quando ele saiu do meu quarto, tive certeza de que aquele havia sido nosso adeus. Não o adeus que se dá ao pé do ônibus, com pressa, com choro. O adeus que se dá ao que aquela pessoa foi para ti. E quando vi o JuanPa parar na porta para fazer uma dessas palhaçadinhas que ele sempre fazia, pensei que já não teríamos mais tempo um para o outro, dessas conversas sem hora marcada.
Nisso me veio uma onda, não, um Tsunami de tristeza. Começou na boca do estômago e foi se espalhando, coração, mãos e logo já não tinha mais cura: tristeza generalizada me pôs a cabeça no travesseiro e jorros torrenciais de arrependimento me saíram pelos olhos. Por não ter ido mais vezes aos quartos #5 e #6 de Montezuma, #1 de Hermosa, por ter demorado tanto para dizer-lhe que... por, por mil coisas que já não quero visitar nesse momento, ya!
Deste dia em diante, uma palavra que fosse bastava para começar uma tempestade dos meus olhos. Adicione a isso "problemas conjugais" e um par de amizades que se dissolviam e minha dose diária de drama estava até extrapolando um pouquinho.
Assim foram meus últimos dias de estudante do United World College Costa Rica. Até que num tal dia 23 de maio de 2011, um milagre aconteceu...

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