sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Retrato pra Iaia.
Iaiá, se eu peco é na vontade de ter um amor de verdade,
pois é que assim em ti eu me atirei
e fui te encontrar pra ver que eu me enganei...
Depois de ter vivido o óbvio utópico (te beijar)
e de ter brincado sobre a sinceridade
e dizer quase tudo quanto fosse natural...
Eu fui pra aí te ver, te dizer:
Deixa ser como será quando a gente se encontrar:
no pé, o céu de um parque a nos testemunhar...
Deixa ser como será!
Eu vou sem me preocupar.
E crer pra ver o quanto eu posso adivinhar...
De perto eu não quis ver que toda a anunciação era vã.
Fui saber tão longe, mesmo você viu antes de mim
que eu te olhando via uma outra mulher...
E agora o que sobrou? Um filme no close pro fim!
Num retrato-falado eu fichado, exposto em diagnóstico.
Especialistas analisam e sentenciam: oh não!
Deixa ser como será!
Tudo posto em seu lugar.
Então tentar prever serviu pra eu me enganar....
Deixa ser, como será!
Eu já posto em meu lugar:
num continente ao revés,
em preto e branco, em hotéis.
Numa moldura clara e simples sou aquilo que se vê.
(Marcelo Camelo)
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