terça-feira, 31 de agosto de 2010

every new beginning comes from some other beginning's end.

Eu detesto acampamentos. Ainda mais estes acampamentos intensos e, em minha opinião, depressivos aos quais somos submetidos aqui no UWCCR.
Previous information: meus primeiros dias de primeiro ano foram um inferno. Eu chorava horrores e queria ir pra casa de qualquer jeito. E não foi diferente no acampamento. Felizmente, tive dois seres humanos maravilhosos como Líderes de Acampamento, Tora (Noruega) e Juan Felipe (Colômbia)... e pelo bem que eles me fizeram, lhes prometi ser Camp Leader no meu segundo ano.
Outra informação que lhes devo dar: estive um caco nos primeiros dias de segundo ano também.
Um dia porque Hannah (Holanda) me mandou um e-mail descrevendo seus sentimentos com a chegada dos primeiros anos ano passado e foi exatamente o que eu sentia naquele momentos. Outro dia porque passei uma hora falando com Natasha (Dinamarca), e queria que ela estivesse aqui comigo. Num outro porque já não tenho Elena, minha belga hermosa, pra me abraçar antes de dormir. E era esse meu estado: uma Camp Leader que desejava fortemente que seus campers não estivessem aqui.
Sem muitos detalhes - vai que um futuro UWCCRer anda lendo este blog - posso dizer que correu tudo bem. Claro que algumas lembranças foram demais e muitas lágrimas correram. O momento mais crítico foi quando Oscar (México), ex-namorado da Nati, tocou Better Together - nossa música com nossos segundos anos - e choramos, Danielle (Israel)
e eu no colo da Linnéa (Suécia).
O que mais me importava nesse acampamento era cumprir minha promessa e isso eu fiz: fui a melhor Camp Leader possível. Pra ti, Juan Fe, e pra ti, Tora.
UWCCR - 2011/2012

domingo, 29 de agosto de 2010

então chegaram os outros.

O primeiro a chegar foi o primeiro ano da Malásia, Johan. E os guris de Malpaís enlouqueceram, prepararam uma "cerimônia" de boas vindas deveras peculiar... bueno.
Depois foram chegando um a um os Day Students e, finalmente, o primeiro ônibus. E desceram aquelas pessoinhas amedrontadas por toda a efusividade que demonstramos.
E foram chegando mais e mais ônibus, mais e mais caras novas para lembrar o nome e a nacionalidade. Mais e mais estranhos invadindo nossa casa.
Ao mesmo tempo que era gostoso recebê-los, abraçá-los e dizer "Bem-vindo ao lugar que você chamará de casa por dois anos", era simplesmente cansativo se apresentar dez vezes por hora, inclusive pra pessoas com as quais um já havia tido contato. Como eu disse no último post, os sentimentos aqui estão indo de um lado a outro sem parar...
Aconteceu de nos encantarmos por alguns primeiros anos à primeira vista! Um exemplo? Minha roomie: "Lucy, from California". Uma das primeiras coisas que ela me disse foi, "eu trouxe alto-falantes... tem algum problema?". Espero que vocês consigam imaginar meu sorriso ao constatar que a menina era tão maluca quanto eu e Marie. Clicamos na hora. E passamos a primeira noite dela conversando à luz de velas, no deliciosamente bagunçado #1 de El Coco. Aliás, a maioria das meninas da residência são primeiros anos, e incríveis também. Minha vizinha escandalosa de Barbados, Anya; a irlandesa estranha, Dee; a norueguesa blasé, Marie; a doce venezuelana que é o oposto dos falsitos segundos anos, Ximena; a nicaraguense cool, Chandrey... Saindo de El Coco e passando por Flamingo, lhes conto da minha primeiro ano, Beatriz. Ela é tão doce quanto achei que seria e adoro mesmo ter alguém para cuidar :)
Hun... lhes conto agora um lado mais engraçado da vida de segundo ano. Bom, desde o final do ano passado, quando soubemos quem seriam nossos primeiros anos, começou uma caça aos Facebooks para saber quem era quem. E já haviam Os e As primeiros anos mais esperados... if you know what I mean. Então quando chegou o guri dos Estados Unidos, os falsitos de Malpaís foram à nossa residência anunciar: "EVAN O'BRIEN ARRIVED!". E a frase que mais fez sentido para o momento foi uma quote de nossos segundos anos da Venezuela e dos States, Salvador e Victor: "Let the games begin!" Hahaha.
Lhes conto isso porque foi um momento muito especial pra mim; quando senti o quão delicioso é ser segundo ano. Simplesmente porque estava entre meus amigos, porque nos conhecemos tão bem e porque temos suporte uns dos outros. Porque tenho meus cúmplices em todos os momentos. Porque posso me dar ao luxo de ser eu mesma, me fazer de boba e certamente terei alguém comigo.
Me senti feliz por estar em meu segundo ano e me senti mal pelos primeiros anos, que se apegam à primeira coisa que lhes vem pela frente. Que pensam precisar ser outra pessoa para impressionar os segundos anos. Que simplesmente estão sozinhos.

quinta-feira, 26 de agosto de 2010

aqueles que foram primeiros anos.

Eu realmente não sei como escrever sobre estes primeiros dias aqui no Colegio del Mundo Unido Costa Rica. As emoções são, no mínimo, inconstantes. O mais acurado seria dizer completamente contraditórias.
Foi delicioso reencontrar (alguns de) meus co-years, dar abraços longos e simplesmente sentir de novo esse clima de intimidade que só quem viveu um UWC year sente.
Continuei na mesma residência, El Coco. Ao chegar, me deparei com uma luva de banho roxa - nossa cor - e uma cartinha da nova coordenadora, Carolyn. Yes!
Hit the road, Christian, and don't come back no more, no more, no more, NO MORE!
Peguei um quarto no andar de baixo... o #1, aliás - o que não é a coisa mais desejável para alguém que não é exatamente pudica, ha ha ha. Minhas companheiras de quarto são Marie (França) e Lucy (EUA), que chegaria uns dias mais tarde.
Enquanto curtíamos esse vendaval de amor, a ausência de nossos segundos anos começou a ser notada. Os quartos já não tinham suas fotos, seus posters, sua cara. Ocupávamos quartos com lembranças já distantes. Era simplesmente errado estar aqui sem eles, tomando o lugar deles!
Esse paradoxo está no text book de qualquer pessoa que passe por um UWC; é delicioso tornar-se segundo ano, mas é terrível ver nossos segundos anos virarem algo como fantasmas assombrando pasillos, sala de estudo, quartos...
E assim foram os primeiros dias por aqui: um misto de alegria enorme por estar de volta e tristeza descomunal por estarmos sem eles.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

the lights will inspire you, let's hear it for New York!

Não sei exatamente quem lê esse blog, então antes de começar a crônica sobre New York City, lhes falarei algo que minha família e amigos já tem ciência: sou ligeiramente inconsequente. Sabe aquele tipo de pessoa que termina de fazer as malas cinco minutos antes de ir pro aeroporto e esquece escova de dentes, chega atrasada ao aeroporto e perde o voo, não marca hotel e dorme no primeiro quartinho da esquina? Sou eu. E isso faz minhas viagens terem passagens bem... hun... interessantes. Então... fui a New York 4 dias antes da Marie (França) chegar. Depois de ler e encher de post-its meu guia Lonely Planet, decidi ir para Chelsea - um lugar que respira arte e tem uma galeria em cada esquina. Cheguei ao hostel que me hospedaria umas cinco e meia da manhã, deixei minha mochila, tomei um banho e saí pelas ruas belas desse bairro lindíssimo ao sul do Central Park. Me apaixonei perdidamente pelos edifícios não muito altos, feitos de tijolinhos vermelhos. Não conseguia tirar o ar bobo do meu rosto. Neste momento pensei: se algum dia morar em NY, só fará sentido morar em Chelsea! Caminhei a manhã toda, me perdendo entre um metrô e outro, encontrando um lugar mais lindo que o outro. Depois de parar na New York Public Library para descansar as perninhas, lembrei que Juan Pa, meu amigo mexicano, estaria por lá nesse mesmo período. Nos encontramos ruidosamente na Grand Central Station. Desde o encontro, não nos largamos por dois dias. Fomos ao New Museum com a família dele, caminhamos por SoHo e Lower East Side, encontramos os lugares mais cozy e escondidinhos... tudo em spanglish, já que os meses em casa tiraram toda a fé em meu espanhol. Bueno, a noite os pais nos deixaram perto da Apple Store, e quando ele e a irmã foram para casa, andei sozinha pelo Times Square, que é totalmente incrível e breath taking! Ao voltar para meu quarto, encontro um ser humano dormindo na cama de cima da beliche... um guri! Detalhe: eu havia lavado meus sutiãs antes de sair e espalhado pelo quarto para secar. Imagine meu embaraço ao me deparar com um inglês dormindo quase embaixo de minhas undies... All in all, depois do susto inicial passamos uma boa hora conversando antes de dormirmos. No dia seguinte, fomos de carro - eu e a família - a uma cidadezinha lá perto chamada Central Valley. À noite, fomos ao Harlem, para a casa onde Juan Pa e a irmã, Maria Emilia, estavam hospedados. Um pequeno detalhe: Emilita também é UWCer. É minha terceiro ano, e foi ao Mahindra (Índia). A casa onde eles estavam era de outros dois ex-alunos do Mahindra, um canadense e uma estadounidense. De lá fomos a Williamsburg para uma festa na casa de outro UWCer, que se graduou há 9 anos. Foi incrível! Éramos como umas dez pessoas de UWCs diferentes, de épocas diferentes, tendo tanto em comum e simplesmente enjoying estar juntos! Depois que Juan Pa e família foram embora, fiquei dois dias sozinha, apenas andando de um lado para outro, up and down. Conheci livrarias escondidinhas, cafés hermosos e muita, muita gente de todos os tipos. No final do segundo dia de solitude, chegou minha doce francesa. Os dias com ela foram absolutamente divertidos e, obviamente, cheios de histórias que só aconteceriam com nós duas. Com ela visitei o Met, o MoMa, a Statue of Liberty, Ellis Island, o topo do Empire State Building... a casa da Carrie Bradshaw, o Palace Hotel (de Gossip Girl) Encontramos nosso segundo ano da Venezuela, Juan Pablo, e uns terceiros anos também do UWCCR, Christian (Costa Rica), Hellen e Sofie (UK). O engraçado disso é que o primeiro dos encontros foi por acaso. Imaginem que caminhávamos pela 5th Avenue e reparamos num guri com cara de índio nos encarando. De repente ele diz "Are you Marie?" e nos relembra de quando nos conhecemos. Na páscoa, vários terceiros anos visitam o colégio para ver seus primeiros anos, professores... para sentir um pouquinho como é estar de novo no campus. Bueno. Nossa última noite em NY não teria como terminar de outra forma: tomando Cosmopolitans numa boate no Lower East Side. New York é o melhor lugar do mundo para ser estranho. Simplesmente porque não importa o quão diferente, exótico ou qualquer que seja a palavra, há tanta diversidade nessa cidade que simplesmente integra os nichos mais distintos e promove a aceitação do outro. Ou talvez todo mundo esteja muito ocupado pra reparar no próximo, não sei. Só o que sei é que me apaixonei por New York, e NY se apaixonou por mim também.

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

meu caso de amor com NY.

oh ceus. me faltam palavras. juro que escrevo ao fim destes nove dias...

quarta-feira, 11 de agosto de 2010

PS.:

pai, mae e drico, nao me matem nao.

a volta do spanglish na minha vida - parte 2.

Cheguei ao colegio e quem estava na guarita era o Eduardo - chamado carinhosamente de Hitler. Juro que vi um sorriso! Ex and current students would understand this.
Anyways, ele me disse para ir a Cabo Blanco, e assim o fiz. Passei por Tortugueiro e foi a coisa mais estranha do mundo nao ver Juan Pa (Venezuela) e suas fotos na parede. Passei por Cahuita e nao vi Siuan (Irlanda) com Lieke (Holanda) na janela. Enquanto me admirava com a beleza do momento, levei um tombo. Daqueles bem feinhos, cujo peso cai todo sobre o joelho e voce pensa "DESGRACA, como eu vou mochilar por quase duas semanas com o joelho fodido??" - assim, cheio de palavrao mesmo.
Encontrei varias tias, o pessoal da manutencao, duas coordenadoras de residencia... foi bom entrar no colegio sabendo onde ir, me sentido imediatamente parte de la. Me sentindo acolhida por ele.
Me lembro quando pisei os pezinhos no cole pela primeira vez; tinha lagrimas nos olhos (pra variar) e estava mortinha de medo. Carregava minhas malas vermelhas meio cabreira, ate descobrir que me haviam alojado na ultima residencia - que eu amei e amo ate hoje :)
Minha passada la foi so pra deixar a mala mais hardcore e o laptop. Parti com minha mochilona e pra onde fui? Bar Amigos, claro! E la estava tudo: os velhos americanos, o ar acabadissimo, o Sergio - garcom e amigo. E la sentei por uma horinha, catching up com o Sergio e saboreando una cerveza. Sabe que eu senti saudades de tomar uma Imperial no calor tico?
Ate que eu percebi que nao tinha lugar pra ficar. Depois de andar pra cima e pra baixo em San Jose, entrei num onibus pra San Pedro e ia tentar a sorte no albergue que fiquei da outra vez.
"Mas a vida, essa sim e uma caixinha de surpresas!" Num momento estava eu no onibus, no outro perambulava pela noite da capital costarricense com um grupo de musicos de rua chamado Tierra Madre. Brandon (States), Aldo (Panama) e Arturo (Mexico) salvaram minha vida e ainda me levaram para um dos lugares mais divertidos que ja visitei na Costa Rica. Foi uma noite inesquecivel... com direito a Mas Que Nada cantada num portunhol encantador para mim :)

a volta do spanglish na minha vida - parte 1.

Primeira coisa: esse post nao sera acentuado propriamente, ja que os teclados hispanicos sao demasiado raros. Tendo isso em mente, me perdoem por fazer dessa leitura algo ligeiramente doloroso - pelo menos para mim, seria... tenho asco de falta de pontuacao.
Enfim... assim aconteceu: fui dando adeus ao portugues gradualmente. De Sampa a Lima, de Lima a San Jose. Funny story, mais uma para minha colecao de casos tragicamente divertidos. Nao gosto muito de viajar pela Taca Airlines, mas ultimamente ela anda mais barata que a Copa. Porem, ela tem um bonus: passar pelo Peru ao inves do Panama. Meu motivo para preferir essa rota e deveras futil: Fast Massage. No aeroporto de Lima eles tem um servico de massagem expressa que e um salva vidas para alguem que viaja com mochilas pesadas constantemente. Estou eu la, sendo linda e curtindo a musica relaxante, os oleos aromaticos... quando me aparece um ser humano pequenino, loiro e mal humorado. "Como te llamas, senorita? Estas en el vuelo hacia San Jose. Esta en la ultima llamada!" Oops. Sabe aquela pessoa entrando quando todos ja estao acomodados no aviao? Fui eu. Maravilha, nao?
Anyways, peguei o aviao e cheguei a Costa Rica. Na fila da imigracao (assim se diz?), comecei a ouvir por todos os lados ingles e espanhol...e me foi fazendo ficar claustrofobica. Lembrei que em pouco tempo comecariam minhas aulas, que seriam em ingles e espanhol. Lembrei que veria meus amigos do cole logo logo, e que nossa amizade era contruida em ingles e/ou espanhol. Lembrei que passaria de CR a EUA, de EUA a CR... e que isso seria em ingles e espanhol. Meus olhos encheram de lagrimas e me senti tentada a "miguxar" com os surfistas que estavam atras de mim... mas eles chiavam cariocamente e eu deixei pra la - perdao pelo preconceito...
--- me acaba em dois minutinhos o tempo aqui nesse cyber cafe.
mais tarde conto sobre ver o cole de novo e sobre a noite mais random possivel...

terça-feira, 10 de agosto de 2010

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

and now we're saying bye, bye, bye...

Lhes escrevo do aeroporto de Guarulhos, São Paulo. São uma da manhã e daqui a pouco devo fazer o check in no stand da Taca Airlines e pegar um avião pra Costa Rica. Pagarei 10 mil colones para um taxi me levar até Santa Ana Centro, de la esquina sureste de la Iglesia Católica, 400 metros al norte. E entrarei num colégio vazio de pessoas, mas cheíssimo de lembranças. Neste momento, sozinha e entediada num quarto do Fast Sleep, me parece bonita a idéia de voltar ao colégio - mesmo que com certeza estes primeiros dias serão muito tensos devido à minha conduta relapsa durante as férias, y otras cositas más. Porém esse adeus conseguiu ser pior que os outros que já dei... Não houve a comoção geral de agosto passado, com vinte e poucas pessoas chorando e me abraçando no portão de embarque... mas houve uma vontade genuína de minha parte de simplesmente não embarcar. De correr de volta para os braços de mamãe, papai e Drico e esquecer essa loucura toda - quem diabos vai embora pra Costa Rica..? Bueno... embarquei assim mesmo. Soluçando de chorar e recebendo vários olhares de pena, mas nenhuma palavra amiga - pensei até em fazer um trabalho antropológico sobre a frieza humana perante a miséria alheia. (Céus, como eu sou dramática!) All in all... meu tempo no Brasil se esgotou. E que venham carimbos no meu passaporte.

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

là où je suis née

onde eu nasci não há estação. eu vou em segredo levando só minhas memórias: há cheiro de lavanda, de flores e é tão doce! há cabanas nas árvores e amor, sobretudo. (...) eu retornarei apesar de ter esquecido o caminho. e isso é tudo. Camille - Là où je suis née