terça-feira, 24 de agosto de 2010

the lights will inspire you, let's hear it for New York!

Não sei exatamente quem lê esse blog, então antes de começar a crônica sobre New York City, lhes falarei algo que minha família e amigos já tem ciência: sou ligeiramente inconsequente. Sabe aquele tipo de pessoa que termina de fazer as malas cinco minutos antes de ir pro aeroporto e esquece escova de dentes, chega atrasada ao aeroporto e perde o voo, não marca hotel e dorme no primeiro quartinho da esquina? Sou eu. E isso faz minhas viagens terem passagens bem... hun... interessantes. Então... fui a New York 4 dias antes da Marie (França) chegar. Depois de ler e encher de post-its meu guia Lonely Planet, decidi ir para Chelsea - um lugar que respira arte e tem uma galeria em cada esquina. Cheguei ao hostel que me hospedaria umas cinco e meia da manhã, deixei minha mochila, tomei um banho e saí pelas ruas belas desse bairro lindíssimo ao sul do Central Park. Me apaixonei perdidamente pelos edifícios não muito altos, feitos de tijolinhos vermelhos. Não conseguia tirar o ar bobo do meu rosto. Neste momento pensei: se algum dia morar em NY, só fará sentido morar em Chelsea! Caminhei a manhã toda, me perdendo entre um metrô e outro, encontrando um lugar mais lindo que o outro. Depois de parar na New York Public Library para descansar as perninhas, lembrei que Juan Pa, meu amigo mexicano, estaria por lá nesse mesmo período. Nos encontramos ruidosamente na Grand Central Station. Desde o encontro, não nos largamos por dois dias. Fomos ao New Museum com a família dele, caminhamos por SoHo e Lower East Side, encontramos os lugares mais cozy e escondidinhos... tudo em spanglish, já que os meses em casa tiraram toda a fé em meu espanhol. Bueno, a noite os pais nos deixaram perto da Apple Store, e quando ele e a irmã foram para casa, andei sozinha pelo Times Square, que é totalmente incrível e breath taking! Ao voltar para meu quarto, encontro um ser humano dormindo na cama de cima da beliche... um guri! Detalhe: eu havia lavado meus sutiãs antes de sair e espalhado pelo quarto para secar. Imagine meu embaraço ao me deparar com um inglês dormindo quase embaixo de minhas undies... All in all, depois do susto inicial passamos uma boa hora conversando antes de dormirmos. No dia seguinte, fomos de carro - eu e a família - a uma cidadezinha lá perto chamada Central Valley. À noite, fomos ao Harlem, para a casa onde Juan Pa e a irmã, Maria Emilia, estavam hospedados. Um pequeno detalhe: Emilita também é UWCer. É minha terceiro ano, e foi ao Mahindra (Índia). A casa onde eles estavam era de outros dois ex-alunos do Mahindra, um canadense e uma estadounidense. De lá fomos a Williamsburg para uma festa na casa de outro UWCer, que se graduou há 9 anos. Foi incrível! Éramos como umas dez pessoas de UWCs diferentes, de épocas diferentes, tendo tanto em comum e simplesmente enjoying estar juntos! Depois que Juan Pa e família foram embora, fiquei dois dias sozinha, apenas andando de um lado para outro, up and down. Conheci livrarias escondidinhas, cafés hermosos e muita, muita gente de todos os tipos. No final do segundo dia de solitude, chegou minha doce francesa. Os dias com ela foram absolutamente divertidos e, obviamente, cheios de histórias que só aconteceriam com nós duas. Com ela visitei o Met, o MoMa, a Statue of Liberty, Ellis Island, o topo do Empire State Building... a casa da Carrie Bradshaw, o Palace Hotel (de Gossip Girl) Encontramos nosso segundo ano da Venezuela, Juan Pablo, e uns terceiros anos também do UWCCR, Christian (Costa Rica), Hellen e Sofie (UK). O engraçado disso é que o primeiro dos encontros foi por acaso. Imaginem que caminhávamos pela 5th Avenue e reparamos num guri com cara de índio nos encarando. De repente ele diz "Are you Marie?" e nos relembra de quando nos conhecemos. Na páscoa, vários terceiros anos visitam o colégio para ver seus primeiros anos, professores... para sentir um pouquinho como é estar de novo no campus. Bueno. Nossa última noite em NY não teria como terminar de outra forma: tomando Cosmopolitans numa boate no Lower East Side. New York é o melhor lugar do mundo para ser estranho. Simplesmente porque não importa o quão diferente, exótico ou qualquer que seja a palavra, há tanta diversidade nessa cidade que simplesmente integra os nichos mais distintos e promove a aceitação do outro. Ou talvez todo mundo esteja muito ocupado pra reparar no próximo, não sei. Só o que sei é que me apaixonei por New York, e NY se apaixonou por mim também.

2 comentários:

  1. Sinto que metade das loucuras foram deixadas de lado no post... errada?

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  2. Acompanho seu blog há muito tempo apesar de nunca ter comentado. Acho que você nao precisa de elogios pra reconhecer sua capacidade literária. Mas como eles nunca são demais, lá vai:
    Você escreve maravilhosamente bem. Tanto a ponto de deixar-nos curiosos e ansiosos pelo próximo capítulo da sua história (a.k.a, próximo post).
    Sabe, se você decidir seguir carreira na área, tenho certeza de que terá um futuro promissor. Nunca deixe de acreditar nos seus sonhos e sucesso!
    Beijos

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