Quando encontrei Karla, Maria e Sofia, partimos com direção a Antigua, que costumava ser capital até ser vítima de dois terremotos muito fortes. Hoje, esta cidade colonial linda é patrimônio histórico e consegue unir de forma muito harmônica as ruínas e o que há de novo. E apesar de haver muitos turistas, não é uma cidade exatamente turística. É possível encontrar muito do que é Guatemala aí.
O dia seguinte foi radical: escalamos um dos três vulcões ativos do país, Pacaya. Três quilômetros de subida intensa que quase acabaram comigo... mas valeu totalmente a pena. Valeu a pena pela paz que se sente sobre as nuvens, pelos marshmallows aquecidos por lava que comemos, pela vista única que se tem de lá.
Nosso próximo destino foi Cobán, onde vive Flavio e onde também estava Adrián (Bolívia), ambos companheiros de Antropología. Uma peculiaridade de nossa estada foi que o departamento estava em estado de sítio contra o narcotráfico; tínhamos que andar para todo lado com nossos passaportes pro caso de sermos parados pela polícia e voltar para casa antes das 10h da noite. Además deste detalhezinho, passamos momentos muito lindos.
O próximo destino foi Flores, onde exercitamos nossa qualidade de hippies, ahaha. Dormimos aí porque é a cidade mais próxima de Tikal, o lugar mais poderoso que já visitei na vida. É onde ficam a maioria dos templos Mayas. Wow. Era incrível sentir a energia advinda dos degraus de pedra dos templos que subimos e descemos sem parar. E, outra vez, a magia de estar assim tão alto é inefável. Lembro de pensar, no topo do Templo V, que meus melhores momentos na Guatemala haviam sido nos ares.
Os dois últimos dias foram meio tensos... depois deste paraíso na Terra decidimos passar natal no pedacinho de Caribe que há em Guatemala e fomos a Livingstone. De um ponto de vista antropológico, este é um lugar único. Há um conflito visível entre a cultura indígena (maioria no país), a cultura garífuna (negros misturados com indígenas nos tempos de escravidão) e a presença desestruturada de turistas. Long history short, don't go to Livingstone!!!
Fui embora deste país admirando as ruas de Ciudad Guatemala e desejando um pouquinho mais de tempo para andar por aí... para ver essa gente que não deixa de lado sua vestimenta indígena mesmo caminhando por aí com uma bíblia nas mãos, que fala espanhol como segunda língua e um dos 23 idiomas guatemaltecos como língua nativa, que ainda 'tá se recuperando de um período de tempo onde não se sabia se era melhor confiar nos guerrilheiros ou nas forças armadas.
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