E ali, ao lado do fogão, me veio uma daquelas epifanias óbvias que você sente vergonha de dizer em público. Decidi compartilhar mesmo assim. Pensei que não adianta tentar ajudar quem não quer ajuda. Que o empirismo deixa qualquer aprendizado mais arraigado. E que às vezes é necessário se debater contra as paredes um par de três vezes para só então parar em um canto e analisar a situação... e encontrar a saída.
Pensei imediatamente na Amalia, uma espanhola que é simplesmente uma das pessoas mais incríveis que conheci na vida. Começamos nossos relacionamentos mais ou menos na mesma época ano passado; eu com um tico, ela com um israelita. Meu namoro virou um algo disfuncional em alguns meses e sempre estava Ama aí, enxugando minhas lágrimas na sala de artes e tentando abrir meus olhos. Este ano, quando o namoro dela começou a ir por água abaixo foi minha vez de tentar chacoalhar seus ombros e tentar acordá-la do estado em que ela se havia colocado.
Minha frustração ao tentar libertar os pássaros foi similar a que sentia ao ver minha amiga batendo numa porta fechada tantas vezes seguidas. E sei que ela sentiu o mesmo por mim. Pensei que nunca me esqueceria deste momentos e nunca me esqueceria de olhar bem à minha volta antes de alçar vôo. E pensei que este último pensamento era bullshit e com certeza ainda me daria de cara com milhares de janelas. Porque é assim que se vive, assim se aprende.
PS.: Trilha sonora deste momento foi Phoenix - 1901, uma pérola que não me sai dos fones de ouvido desde ontem, depois do jantar.
PS2.: Me dei um tempinho de prazer para escrever aqui enquanto termino um dos laboratórios que me andam tirando o sono. Literalmente.
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