'Tava lendo o blog de um amigo que se meteu pela América do Sul por umas semanas enquanto eu estava me perdendo pela América Central. Além de me maravilhar pela forma como escreve, me surpreendeu com o quão diferente foi a experiência que ele teve das que já tive. Ele contava como trazia música onde quer que fosse, que o samba de seu violão contagiava bares e ruas...
Pensei no par de vezes em que, de fato, fiz exercício da minha brasilidade. Dançando um samba meia-boca ou recitando uma canção de Chico Buarque, daquelas que foram traduzidas para o espanhol. Para falar a verdade, sempre que representei o Brasil foi dentro do colégio... e muito mais ou menos: vide o título que me foi dado no final do ano passado, "Latina mais européia". Porém, creio que isso da falta de latinidade já se foi. Depois de um ano e meio aqui, com espanhol fluente e um pouco de salsa nos pés, me vejo mais latina. Assim me sinto na verdade: uma mistura de latina com um quê de européia.
E sabe, não vejo isso de forma negativa. Minha perspectiva de "para que viajar?" é mais do que levar-me a outros lado. Eu quero ver, quero viver o ambiente, quero transformar-me um pouco no que me cerca, me encontrar no outro. Para mim, faz mais sentido absorver ao máximo do que dar-me.
Porém, vez ou outra, me pego pensando no perigoso que é isso, ainda mais para alguém que planeja se jogar no mundo daqui pra frente. Quem serei em dez anos?
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