quinta-feira, 12 de maio de 2011

Prova #1 de Português Autodidata Nível Médio.

Ah, e essa prova me fez amar muito, mas muito, o fato de ser lusófona desde o berço, sendo capaz de entender as minúcias que só o português tem. Que língua mais bela e rica! E o poema que eu analisei compartilhava comigo desta admiração. É do xará do meu irmão, Adriano Espínola. Deleitem-se com esta belíssima obra de arte:
LÍNGUA-MAR
A língua em que navego, marinheiro,
na proa das vogais e consoantes,
é a que me chega em ondas incessantes
à praia deste poema aventureiro.
É a língua portuguesa, a que primeiro
transpôs o abismo e as dores velejantes,
no mistério das águas mais distantes,
e que agora me banha por inteiro.
Língua de sol, espuma e maresia,
que a nau dos sonhadores navegantes
atravessa a caminho dos instantes,
cruzando o Bojador de cada dia.
Ó língua-mar, viajando em todos nós
no teu sal, singra errante a minha voz.

Um comentário:

  1. Aaaaaaah como amo essa nossa língua!! Não existe forma mais minusciosa, específica e bela de retratar o abstrato.

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