terça-feira, 5 de janeiro de 2010

despedida do cerrado selvagem.

Acordei cedo para os padrões destas férias e fui ao mesmo salão que vou desde... 7, 8 anos? Com que idade meninas começam a prestar atenção em meninos? Enfim, fui ao salão de sempre e fiz as unhas dos pés, único luxo ao qual me permito. Nati, a pedicure, se despediu com a voz embargada... não chorou como da outra vez. Só desejou que Jesus Cristo cuidasse de mim.
Voltei para casa e almocei com primas-irmãs, Ana e Izabel, que também não deixaram cair lágrimas e desejaram sorte.
Fiz com Lê e Ísis nosso trajeto de praxe: Torre e Conic*, com direito a barbeiradas deste ser que ainda vai me matar do coração enquanto sentada no banco do passageiro, caminhos estranhos e piadinhas internas, batidas aceleradas por causa de um encontrinho. Pegamos a Nara e fomos p'ra casa da Isoca para que eu desse um beijo na mãe dela. Na despedida, Antônia pediu que eu parasse com as perfurações pelo corpo, mas disse que achava que Costa Rica estava me fazendo bem. Abracei Ísis dez mil vezes e nos dissemos "até logo".
Fui ao cinema à noite com meus pais, assistimos "Lula, filho do Brasil" - não só porque meu sangue esquerdista me faz simpatizar com o presidente, mas porque é uma história e tanto mesmo. Na volta, pedi a papai que fizesse um caminho mais longo.
- Quer ir pra onde?
- Sei lá, só não vai direto p'ra casa.
Ele deu umas voltas até finalmente chegar à Esplanada, ainda iluminada pelas bobaginhas de Natal. Lágrimas nasciam sem parar nos meus olhos e desciam por todo meu rosto. A lua estava enorme e laranja no céu. Fazia 26ºC - temperatura atípica para uma noite brasiliense. E eu amo cada centímetro deste cerrado.
Mais uma vez me despeço dos meus amores, da vida linda que tenho aqui, da cidade cujas linhas me tiram o fôlego de tão perfeitas. Mais uma vez vou virar a noite fazendo as malas sem saber o que vale a pena ser deixado. Mais uma vez deixo uma, duas, três... incontáveis histórias sem um ponto final.

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