sexta-feira, 29 de outubro de 2010

blackbird.

Voltei a ler Osho ontem à noite. Um pouco de background information: Osho foi um líder espiritual indiano cujos ensinamentos chegaram a mim por uma professora de inglês que me deixou de queixo caído quando disse que não queria sentir felicidade excessiva porque isso significaria sentir tristeza excessiva depois. Levei um UWC-year para entender o que ela quis dizer com isso. Algo interessante sobre Osho é que o ashram dele está em Pune, que é ao lado do Mahindra, UWC na Índia.
Bom, voltei a ler Osho depois de chorar ao telefone com pais e irmãos ao telefone por uma hora e listar 4 vezes (uma para cada membro da família) as coisas que me faziam infeliz naquele momento. Abri "O livro da transformação" no capítulo onde havia deixado de ler ainda em Brasília, "Renovação". Continuei minha leitura e encontrei exatamente o que precisava que me fosse dito.
Em suma, é a história de um rei que recebeu de presente de seu serviçal um pedaço de papel contendo palavras de sabedoria que deveriam ser abertas somente em um momento de desespero enorme. Chegado tal momento - quando seu reino foi tomado e ele se encontrava entre um penhasco e os sons dos passos iminentes do inimigo para assassiná-lo - ele finalmente abriu o pequeno impresso que dizia "isso também irá passar". E passou.
Assim como qualquer outro período mais tenso pelo qual já passei, seja aqui ou back home, estou ciente de que irá passar. A ciência desse fato é sempre um acalento. Apesar de haver também o outro lado...
Quando ele reconquistou o reino e preparou um grande desfile de comemoração, o serviçal lhe disse para ler outra vez o pedaço de papel. E porque? "(...) essa mensagem não é só para os momentos de desespero, mas também para os de grande prazer".
Da mesma forma que a tristeza está fadada a acabar, também a alegria tem prazo de validade. E de nada adianta pensar que é possível mantê-la para sempre. A busca por felicidade eterna só leva ao desapontamento - se é que essa palavra existe em português.
Este post foi resultado de um par de noites dormindo cedinho depois de tomar meu remédio para garganta e uns bons litros de chá, chorar até secar a alma, escrever páginas e páginas de monólogos internos no diário... e depois de um par de conversas que me fizeram muito bem.
Pra terminar, este post tem como objetivo dizer à minha família e à Letícia, pessoas que gastaram vários minutos de DDI tentando me acalmar, que eu vou ficar bem, não se preocupem.
blackbird singing in the dead of night, take these broken wings and learn to fly. all your life you were only waiting for this moment to arise. blackbird singing in the dead of night, take these sunken eyes and learn to see. all your life you were only waiting for this moment to be free. blackbird fly, blackbird fly into the light of the dark black night...

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Sorrir, suar e respirar.

Não sei se cheguei a mencionar CAS nos posts deste ano... bom. A sigla CAS vem de Creativity Action Service e são atividades extra-curriculares pedidas pelo IB, com mínimo de três por semestre. Ano passado fiz miles delas porque o dia tinha horas suficientes, mas este ano fico com o número mínimo. Meu Service continuou Clowning, e eu simplesmente amo. Como Creativity faço Spoken Word, que é escrever e recitar poesia. Sou uma pessoa na-da esportiva, então procurei como Action algo que fosse o mais longe possível de ação. Assim, por razões nada profundas, comecei a praticar Yoga ano passado e me apaixonei! Este ano, culpa dos meus horários, não foi possível continuar nas aulas, e resolvi tentar algo ligado a isso, Mindfulness. Encontrei "atenção" como tradução dessa palavra no Google Translator. O objetivo do CAS é fazer com que estejamos atentos a todas as nossas ações, movimentos, por mais pequenos que pareçam, através de yoga e meditação. A vida é tão cheia de atribulações e tarefas que nos esquecemos de sentir prazeres quando são pequenos. Comer, respirar, sentir o ar à volta... tudo isso pode ser extremamente prazeroso.
Nem preciso dizer o quanto me faz bem... ainda mais nestes dias de desespero total. Ontem, por exemplo, além de respirar, sentir o próprio corpo e meditar também dançamos música africana. Não normalmente, mas sentindo cada movimento, being aware... e foi só depois dessa sessão de aliviamento de stress que eu finalmente consegui chorar.
Tentei por muito tempo jogar toda a angústia que estava sentindo para longe de mim, mas estava como que entalado bem debaixo da minha garganta. E foi ótimo colocar tudo isso pra fora. Melhor ainda ter Lucy (US, roomie) e Carolyn (UK, coordenadora de residência) me cuidando. Sempre achei que a melhor forma de resolver problemas era lidando com eles completamente sozinha, mas ultimamente me encontro com uma necessidade forte de estar com gente que me faz bem. Que boba, né?

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

even heroes have the right to bleed...

tenho uns momentos de completo entorpecimento na vida que me impedem de fazer coisas que eu realmente deveria fazer. é mais do que preguiça, irresponsabilidade. é uma nuvenzinha negra que insiste em caminhar por cima de mim por um tempo... e tô fazendo de tudo para tirá-la de mim agora. já tentei banho de mar, banho de chuva, dormir ao som de Norah Jones, não dormir nada, dormir de conchinha, gritar de tanto chorar, tomar sol, tomar rum, massagem relaxante, dançar até estar absolutamente encharcada de suor... só espero que passe o mais logo possível.

domingo, 24 de outubro de 2010

now I'm feeling so fly like a G6!

No Brasil não temos uma cultura de Halloween forte como a dos EUA, então ano passado e este foram meus únicos contatos com essa celebração. O engraçado foi que como primeiro ano e cheia de tempo não fui capaz de fazer a fantasia que queria e acabei sendo só um zumbi meio tosco. Para esse ano a inspiração veio durante as férias. Decidi que seria David Bowie em sua fase Alladin Sane (1973)! E fui :) E a festa foi hiper divertida. Fiquei meio triste de ver que muita gente deixou de ir por conta de trabalhos, mostra do conflito constante entre UWC e IB... mas enfim. Foi uma noite bem bem longa; dormi às 3 am, como há tempos não fazia.
Começou com toda a residência se aprumando: maquiagem e sangue para tudo que é lado, fotos e muito riso. Adoro como essas datas especiais fazem as pessoas compartilharem nem que seja um par de horas de muitos risos... lembro de sentir essa mesma energia antes da parada da independência da Costa Rica e na noite anterior ao Opposite Gender Day.
Minha roomita Marie (França) foi responsável pela música e fez um trabalho maravilhoso. Creio que foi a melhor festa desde que voltei para cá. Foi um dos primeiros contatos que os primeiros anos tiveram com salsa e reggaeton, e foi cômico vê-los tentando acompanhar nosso compasso latino, hahaha!
Depois da festa, sala de estudos de Cahuita e living room de Flamingo... já era tarde e por alguma razão eu não conseguia dormir. Quando estava para desistir, vi o sorriso bobo do Juan Pa (México) pelo vidro enquanto ele me chamava de abuelita (vovozinha) e me convidava para me aventurar pela noite ahahha :) Passamos um tempo na sala de estudos de Montezuma, onde Milton (Nicarágua) tocava violão e Mayan (Israel) lhe acompanhava com um instrumento que parecia uma flauta, mas não sei exatamente o que é. Também estavam lá Hatty (UK) e Alejandro (Venezuela) e falamos do futuro... que os meninos latinos iriam para Columbia - porque Mayan tem que prestar três anos de serviço militar e Hatty é primeiro ano - e eu para Barnard. Que seríamos aceitos mesmo que nossas notas não sejam exatamente o 42 que Harvard pede. Que viveríamos todos apenas uma estação de metrô away from each other.
Meu fim de noite foi chill e eu dormi muito muito bem ao som de Ziggy Stardust - and feeling so fly like a G6.

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

preciso de uma reza forte.

Hoje foi um dia ruim. Hardcore. E amanhã conseguirá desbancá-lo.
São meia noite e cinquenta na Costa Rica e eu ainda estudo para Mate e Sistemas. Puto dia para ter provas das duas piores matérias que tenho. Putos dias!
Lhes escrevo da sala de estudos, vestindo pijamas que viraram meu uniforme desde que decidi que estudar era a única maneira de fazer as coisas melhorarem e não saí mais do meu quarto. Já faz bem umas duas semanas - com intervalo para ir à casa do Anders e à praia, claro - que estou morrendo lentamente no meu quarto.
Oh céus, oh vida.

terça-feira, 19 de outubro de 2010

duas noite à base de guaraná em pó, febre pela manhã e o que será desta noite?

Sabe aquele gás que dá quando você já não tem tempo? Foi essa minha maior inspiração para escrever a parte final da minha EE. Esse foi só o primeiro rascunho, ainda há muito que esculpir. Mas o que quero por agora é recuperar a energia que me foi drenada do corpo totalmente nestes últimos dias, a ponto de me fazer ficar de cama nessa manhã de terça-feira. Por sorte a Leila (minha psicóloga e amiga) passou pelo meu quarto e me achou jogada por lá, me deu remédio e já está tudo bem.
Em duas horas estarei na apresentação de uma universidade só para mulheres em Boston chamada Wellesley College, e depois, entrevista. Minha primeira entrevista. E eu fui boba de não treinar com universidades que não me interessavam tanto... começo com uma que me parece incrível. Antes disso, minha única entrevista (ever) foi para o processo seletivo da UWC, o que teve um atenuante bem decisivo: la lengua. Tudo bem, meu inglês é fluente, mas mesmo assim... só conseguiria me expressar completamente em português - por essa razão voltar para casa nunca deixará de ser uma opção.
Escrevo da mesa entre Malpaís e El Coco enquanto como doce de abóbora com coco que eu mesma fiz e o sol esquenta meus pés. Obviamente estou freaking out. Me desejem sorte.

domingo, 17 de outubro de 2010

and the daffodils look lovely today.

... e foi assim meu october break: quarta-feira toda trabalhando na tal EE, com uma pausa noturna para tomar uma Imperial com as meninas no Amigos, aproveitando o fato de que não haveria primeiros anos por perto. Éramos eu, Danielle (Israel), Susanne (Noruega), Síuan (Irlanda) e Sarah (Bermuda). Foi quando percebi que havia muito tempo desde a última vez que estive no amigos. E eu, inocente, pensando que tudo seria do mesmo jeito no segundo ano...
Mais trabalho na quinta, até que os primeiros anos voltaram e preparamos um show para recebê-los. Alguns passdowns, alguns sketches novos, tudo meio improvisado. Creio que foi mais divertido para a gente do que para eles, na verdade... anyways... tentei agilizar meu trabalho o máximo possível e não dormi nesta noite. Trabalhei até as 4:30 am e às 5 am já estava entrando num táxi pra ir à rodoviária com Amy (US), Oskar (Noruega), Marie (Noruega), Nitai (Israel), Diego (Espanha), Andrés (Venezuela), Evan (US), Asa (Noruega), Hatty (UK), Alejandro (Venezuela) e Juan Pa (México). Partimos de San José às 6:15 am e depois de 4 horas de viagem, Puerto Viejo!
Esse lugar é incrível. Mesmo sem o sol que desejávamos, foi delicioso ser docemente afogada pelas ondas caribenhas. Quase no fim da tarde chegou a chuva, e com ela um tanto de gente do colégio. Devo admitir que preferia quando éramos um grupo pequeno, mas tudo bem... ossos do ofício. Tomamos banho de mar até anoitecer e saímos pela cidade para caminhar, eu e as norueguesas. Logo quando voltamos para nosso albergue, world famous Rocking J's, começou um show por lá.
Mais tarde, quando acenderam a fogueira, Emai (Chile), Jorge (Costa Rica), Cello (Canadá) e Simon (Bélgica) apanharam seus instrumentos e viraram a atração do albergue. Foi lindo ver a canadense tocando banjo, e meu chileno kicks ass quando toca percussão. Depois de um tempo por lá fomos dançar ragga no Johnny's Place, um dos nightclubs mais famosos de Puerto Viejo.
Preciso dizer que foi de-li-ci-o-so? Depois de tanto tempo indo a festas com somente reggaeton e eletrônica mainstream me fez muito bem ir para uma jogação de verdade. Não tenho nem idéia da hora que voltamos para o albergue. No outro dia, sorvete, mais banho de mar e chilling. Choveu de novo e só o que me passou pela mente foi que nada fazia mais sentido do que estar vivendo aquele momento. Deitei na areia e sentia as gotas gélidas de chuva darem pequenos choques pelo meu corpo enquanto as ondas mornas golpeavam levemente meus pés. E senti paz outra vez. Depois de uma semana louca em todos os sentidos, consegui me elevar ao estado de paz que me parecia surreal quando senti pela primeira vez: sem tristeza excessiva, sem alegria excessiva. Just fine.
Foi nesse estado de mente (assim se diz em português?) que resolvi caminhar sozinha pela hora anterior à partida de volta para casa. E nessa caminhada consegui pôr em ordem os fragmentos de pensamentos que flutuavam em minha cabeça nos últimos dias e me impediam de trabalhar mais com eficiência. Ou de dormir mais em paz. E o que mais me gusta em sair para caminhar sozinha é que assim sempre dá para conversar com gente na rua, ouvir uns bons contos. Acho que é meio da natureza humana abrir-se completamente quando alguém se mostra interessado em ouvir o que você tem a dizer. Como já disse Almodóvar, "há detalhes que não se pode criar, há que documentá-los". Por isso me encanta conhecer pessoas, roubar seus trejeitos e histórias, fazer de suas palavras meu combustível. Se "o poeta é um fingidor", o escritor é um roubador com precisão aquilina.
Foi em tal caminhada também que encontrei algo que simboliza as mudanças pelas quais passei ultimamente por aqui: un gato hermoso. Sobre o significado... deixo para outro post. Já lhes devo ter cansado com minhas viagens interiores e ainda tenho umas centenas de palavras a escrever até amanhã...
no more crawling like a crow for a boy, for a body in the garden,
no more dreaming like a girl so in love, so in love,
no more dreaming like a girl so in love, so in love,
no more dreaming like a girl, so in love with the wrong world.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

"a vida é curta", me disse a espanhola.

Obviamente não consegui escrever as 3500 palavras que gostaria de ter escrito. E sim, é irresponsabilidade não fazer isso a-go-ra. Porém eu me permito ser irresponsável neste momento da minha vida. Me traio e descumpro mais uma das minha promessas, mas who cares?
Preciso, preciso, preciso sair daqui. Preciso respirar. Preciso forte nadar no mar e lavar a alma.
Então... me perdôo. E sei que essa escapadinha me vai fazer muito bem.
(post #150)

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

mid-term break = EE break.

Não ouvimos os membros dos nossos comitês nacionais, nossos terceiros anos, nossos segundos anos... passamos o verão na esbórnia, dormindo doze horas por dia e deixando os afazeres do colégio para depois. "Vai ficar tudo bem", pensamos, com a doce ingenuidade de quem já não é mais primeiro ano, mas ainda não é completamente segundo ano. Até que o verão acaba e a maratona UWC começa outra vez: Socialize>Study>Sleep. E a um mês de entrega do primeiro rascunho da temida EE (monografia) parece mais fácil mudar de Filosofia para Espanhol, porque já não há tempo de investigar...
E o mês vira 6 dias. E, apesar de ter uma pergunta de investigação, umas fontes meio consistentes e uma idéia na cabeça, há apenas 206 das 4000 palavras que você precisa. Pânico.
Porém, as pessoas aqui são boazinhas... há um break! Acampamento para os primeiros anos e feriado para os segundos anos. O campus está vazio; a biblioteca e as salas de estudo, cheias. Agradecemos à ausência dos desocupados primeiros anos, que são apenas tentação quando não precisam nem pestanejar para responder "Yes!" quando a pergunta é "are you going out?". Desocupados, é isso que são. Vida de primeiro ano é fácil.
Lhes escrevo do terceiro dia do break. Tenho uma introdução de 429 palavras e essa é a única coisa que eu posso dizer que está "done!!". O resto 'tá desorganizado e necessita polimento. Mas eu preciso acabar hoje. Meu corpo pede, grita, implora por Puerto Viejo! Quero tomar banho de mar nas águas do Caribe...
Mas só vou se atingir ao menos 3500 palavras HOJE.
Me desejem sorte.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

127 na noite, 6 no dia.

09/10 e 10/10... AMAZING! :)
Anognya (Índia), Shay (Israel), Hatty (UK).
Amalia (Espanha), Ejiro (Nigéria).
good morning, sun shine!
Lotta (Alemanha), Oskar (Noruega), Asa (Noruega).
Anders (Suécia)
Lotta (Alemanha).
Marie (Noruega)

sábado, 9 de outubro de 2010

dormindo fora de casa.

Há muitas coisas ruins em sair de casa, em morar num campus... a maioria delas são aquelas das quais já reclamei tantas vezes neste blog. Porém há duas coisas que são pequeníssimas, mas fazem toda a diferença. A primeira delas é andar de carro. Primeiro, porque andamos de ônibus o tempo todo. Obviamente também fazia isso morando no fim da Asa Norte, ainda mais porque tenho a sorte de viver ao lado de uma parada de Zebrinha. A diferença é que aqui, quando não há possibilidade de usar transporte público, o que nos resta a fazer é pedir um táxi. Oh, deus, costa rican cabs! Uns motoristas loucos, que correm mais do que tudo e ainda buzinam a cada esquina! Um asco. E dá saudades de escutar Ben Harper no Sandero do irmão.
A outra coisa é estar em uma casa. Depois de um ano vivendo em El Coco, posso chamar minha amadíssima residência de home, mas... não é um lar. Não é simplesmente o fato de dividir o quarto com meninas que não são da minha família... é mais sobre dividir o teto com mais de 20 garotas com mudanças hormonais tão (ou mais) radicais que a minha, sobre não ter uma mamis dando colo quando a vida tá muito tensa ou pai censurando vestidos curtos. Também é sobre coisas que não dá para ter em um ambiente onde (quase) tudo é compartilhado.
Então hoje, depois de uma daquelas semanas quando só se sobrevive por conta de muito café, pílulas de guaraná e apoio de amigos, vou dormir fora. Eu e mais umas 10 pessoas dormiremos na casa de um dos day students do colégio, Anders (Suécia). Antes disso, haverá uma festa. E metade do colégio deve aparecer por lá.
I gotta a feeling that tonight is gonna be a good night.

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

um terremoto.

Hoje à noite estávamos na living room comendo bolo das aniversariantes de setembro quando as janelas e portas de vidro começam a balançar e balançar e balançar... saímos da residência até os tremores passarem. Sofremos o primeiro terremoto do ano. E muitos primeiros anos sofreram o primeiro terremoto da vida deles. Um grandinho: 5,9.
Lembro que achei super cool quando passei por tal experiência de sentir tudo à minha volta mover-se enquanto estava sentada na sala de estudos com a Nabila.
Dessa vez foi diferente. Ainda me lembrava do treinamento que tivemos ano passado e só o que pensei foi "god damn, tenho que fazer esses primeiros anos irem pra frente do anfiteatro!"
Me senti a segundo ano responsável, hahaha.
Enfim, deu tudo certo... o epicentro foi um pouco fora de San José, então não causou danos.
Só um sustinho.

quinta-feira, 7 de outubro de 2010

caminho em frente pra sentir saudade.

Estou bem estressada por conta dessa bendita monografia e minha incapacidade de organização. Obviamente farei algo que deveria ter sido começado durante as férias em uma semana. Congrats! Adicione a isso meus distúrbios emocionais usuais e o pior agravante possível: TPM.
É a medida perfeita pra um nervous breakdown daqueles. A gota d'água foi receber um e-mail de uma das minha melhores amigas, Natália, me contando que amanhã elas viajam pra Porto Seguro.
Background information: durante nossa viagem aos Estados Unidos em 2007, planejamos outras duas: uma de verdade, outra utópica. Porto Seguro durante nossa "Semana de Saco Cheio" e Las Vegas quando a Fê completasse 21 anos (hahaha, lembra disso?).
Quando li tal e-mail, resolvi dar uma pausa nos estudos e dar uma "fuçadinha" no Orkut dos meus amigos e... foi uma péssima ideia. Só serviu para me lembrar que já não estou lá. Que não vou encontrá-los na segunda-feira para perguntar "qual é a boa do finde?" Que não rola de ver o pôr-do-sol na Torre depois de uma semana daquelas. Que estamos crescendo, mas em direções diferentes. Me dói pensar que a cada passo que dou, me distancio um pouquinho mais dos meus amores*.
Hoje, depois de muito tempo, senti aquele aperto no coração e uma vontade monstruosa de entrar no próximo avião com destino ao Aeroporto Santos Dumont - Brasília, Brasil. Quis como nunca tomar um cappuccino no Savana com a irmã, bombar no 5uinto com as amigas, ir ao clube com a mamis ver papai jogar futebol ou escutar música alta com os vidros do carro abertíssimos enquanto atravesso a cidade pelo Eixo com o irmão.
Mas, porém, contudo, todavia... "saudade é bicho que dá e passa".
Post escrito ao som de: Just My Imagination, Janta e TV Family.
*E hoje eu me registrei pro SAT de novembro. Sim, farei SAT, SAT Subjects, Toefl e... aplicarei para os Estados Unidos.
"Caminho em frente pra sentir saudade".

terça-feira, 5 de outubro de 2010

Estou confusa.

preciso de inspiração urgentemente. antes que eu desista de escrever.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

o que você quer?

Tempo aqui onde estou não é como tempo aí onde você está, isso é certo. Por mais que tenha voltado a viver aqui em casa há apenas seis semanas, já passei por tanto, tanto, tanto...
O que lhes contarei aconteceu há pouquinho menos de um mês. Nesta "época" havia um certo primeiro ano batendo na porta do meu quarto a cada dois segundos. Hoje em dia, o máximo de contato que temos é quando nos esbarramos no corredor e ele se obriga a me dar "hello" - pobres primeiros anos que não sabem distinguir amizade de qualquer outra coisa e acabam magoadinhos.
Mesmo assim, não esqueço de uma certa conversa que tivemos na sala de estudos de Malpaís. Eu lhe contava da confusão sentimental que foi o final do meu primeiro ano enquanto ele brincava com meu lápis de veludo verde. Quando terminei a história, ainda brincando com o tal lápis, me perguntou:
- Do you want a man or a Marlboro?
- Como assim? Se eu quero um homem ou um Marlboro?
- Sim... você quer estar com alguém ou simplesmente satisfazer um desejo, ou pior, um vício?
Me peguei pensando nisso agora há pouco enquanto, ironicamente, fumava um dos últimos cigarros do que prometi a Danielle (Israel) ser o último maço comprado por mim. Pensei em como essa mentalidade meio free love que sempre achei a coisa mais natural do mundo pode ser prejudicial na construção emocional de alguém. Especialmente de uma mulher.
Por esse devaneio meio random, culpem minha monografia: tenho que entregar o primeiro rascunho em 14 dias. Me pergunte quantas palavras tenho... aliás, não pergunte não.
Lhes deixo e volto a pesquisar sobre esse assunto que me interessa tanto: estereótipos da mulher tendo como enfoque seus relacionamentos amorosos. Me desejem sorte nessa loucura que é escrever uma E.E.
Post escrito ao som de Florence and The Machine e cheio de saudades da irmã, com quem dividi o quarto durante as férias e passei tantas noites falando de amor...

domingo, 3 de outubro de 2010

exercendo o direito de cidadã.

Lembro de ter meus onze anos e fazer meu pai ir comigo a um escritório do PT ao lado do Conic para conseguirmos material de campanha. Não entendia nada, mas achava o máximo que o Brasil estivesse em tão grande alvoroço pela possibilidade de eleição de um "presidente do povo". E foi lindo ver tão bela festa de tomada de posse; gente junta, comemorando essa mudança de ares tão necessária. A reeleição era uma certeza e nem tenho registro de tal na minha memória.
Desde que descobri o que diabos era política sempre me interessei e tive muita vontade de envolver-me com isso. Me parecia uma arma eficaz para lutar pelo que acreditava/acredito.
Ironicamente, na primeira vez que me é permitido votar, estou vivendo fora do meu país, a par dos acontecimentos apenas pela metade. Só assisti a um dos debates, o primeiro, enquanto ainda estava em Brasília. Foi um daqueles dias lindos das férias que terminaram na casa dos Garcia que eu amo tanto - este foi um comentário irrelevante, mas quero que eles saibam que penso nessa e em todas as outras noite bonitas que compartilhamos com carinho.
Bom, pelo menos um pouquinho pude participar: hoje de manhã fomos Emile, Marina e eu ao Centro de Estudios Brasileños, ao lado da nossa embaixada e votamos. Depois de passarmos a viagem de ida toda discutindo antigos governos e atuais candidatos, nenhuma mudou de ideia.
Não sei se lhes interessa, mas aqui está meu voto: Marina Silva. E desde sempre soube que haveria segundo turno entre outros dois candidatos. Nem pensei em mudar meu voto por isso; nunca votaria em alguém só para evitar o tal transtorno de voltar à urna. Meu voto foi por alguém que me parece extremamente capaz e cujas propostas gritam "mudança".
Bueno, só queria comentar: quem vive internacionalmente só é brasileiro pela metade...

sábado, 2 de outubro de 2010

ou não...

Celebração antes da hora dá nisso:
estamos fazendo as malas de novo.
"Just in cases".

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

estamos a salvo.

Abner: o que você achou do alerta de ontem?
Bethania: bastante estúpido. acho que o colégio fez muito barulho por nada. creio que queriam mostrar aos Comitês Nacionais que estão preparados para qualquer situação depois do fiasco dinamarquês*. esse colégio sempre faz escândalo desnecessariamente.
Abner: (risos) não entendo como ninguém perguntou de onde veio essa informação antes de confiar cegamente. seria a primeira coisa que eu faria se estivesse no início da reunião.
Bethania: tinha certeza que era um exagero. nem fiz minha mala. me preocupou muito mais a situação no Equador. tentei ver as notícias em EcuadorInmediato, mas a internet estava terrível.
Abner: estava assistindo na TV (...)
Estamos bem, gente. Aparentemente o deslizamento não alcançará o colégio.
E sabem o que? A presidente da Costa Rica, Laura Chinchilla, usou nosso campo de futebol para pousar seu helicóptero e ir visitar pessoas afetadas pelo deslizamento. Ouvimos o helicóptero chegar... passou 20 minutinhos, e ouvimo-lo ir embora. Que mulher caridosa essa, hein?! Político é político em qualquer lugar do mundo...
*sobre o "danish failure" falarei em algum outro momento.