Este pobre projeto de escritora que lhes entretem com suas histórias contadas pela metade está preocupada. Está preocupada e, caso estivéssemos falando frente a frente, não conseguiria explicar-lhes exatamente o porquê sem salpicar a tal conversa com um par de palavras em inglês numa estrutura hispânica. Estou fatal - e sei que faz mais sentido falar isso num filme do Almodóvar. Mas não posso dizer outra coisa: estou fatal com este golpe de realidade que me atingiu enquanto preparava meu exame oral de Self Taught Portuguese.
Depois de viver dois anos em spanglish, posso dizer que sou fluente em três línguas, e isso é realmente bom. O que não é tão bom assim é que já não consigo deixar de pensar nestas tais três línguas simultaneamente! Pior ainda, erros gramaticais pré-escolares invadem cada dia mais meus escritos. Quem vai dar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras a um ser humano que escreve "extrangeira"?
Imagine, meu bom leitor, a frustração de alguém que quer viver das palavras e já não pode manejá-las com a mesma perícia de dois anos atrás. Que retrocesso sem jeito!
Este desabafo foi causado pela proximidade da minha prova oral. Em 6 horas, me trancarei em Cabo Blanco por 25 minutos falando português, português, português... me desejem sorte.
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